segunda-feira, 14 de abril de 2025

ENCANTAMENTO, PAIXÃO A PRIMEIRA VISTA, PAPO... EXISTE ?

    Claro que existe, afinal... "quem nunca" ? 

    Encantamento, o quê é isso ? Na verdade o encantamento verdadeiro não se dá pelo rosto, corpo, formas, mas pelo conjunto da obra, e tudo isso que citei, faz parte da embalagem, porque o encantamento mesmo, vem das palavras trocadas, da identificação com o outro, daquela somatória de ideias, conceitos e valores assustadoramente iguais, parecidos, ou de mesmo cunho.

    Um sorriso bonito, um olhar sedutor, um corpo perfeito, tudo isso chama a atenção sim, mas se não tem conteúdo, se é só isso mesmo, então, não é encantamento, é a mais pura e simples atração. (Sempre digo que, até purgante fica atraente em embalagem boa, mas ninguém encara todo dia)

        Sabe o que encanta mesmo ?



        Caráter, valores familiares sólidos, respeito por todos sem distinção, independente de condição social, forma física, idade, religião, etc... . E o mais importante, quem encanta mesmo, é recíproco na maneira de identificar o encantamento.

        Não somos todos iguais, podemos identificar semelhanças, afinidades, e até algumas bizarras coincidências, mas no fundo não somos iguais, aquilo que me afeta negativamente pode parecer sem sentido, "bobo" para outra pessoa, e vice versa, ou seja, cada um sempre terá um peso, um valor, uma medida para aquilo que o atinge, aflige ou simplesmente... incomoda.

        Uma brincadeira, um gesto, algo aparentemente bobo para um, pode ser um desaforo terrível para outro, afinal, não sabemos apesar de tudo que que possa existir de afinidades, qual é o gatilho do outro, ou o que o outro vivenciou, passou para chegar até ali, como a vida o preparou ?

         O encantamento vem de duas pessoas que de repente começaram a conversar, do nada, algo despretencioso, e que de repente viram-se espelhados no outro em muitas coisas, em muitos pensamentos, ideias, e isso é realmente mágico quando acontece, inegável não é ?

           E aí pesa a maturidade de cada um, de compreender o tempo do outro, de saber ceder, de não colocar a carroça diante dos bois, afinal, a vida os preparou para este momento (eu acredito nisso), a vida os manteve distantes até este momento, para mostrar que o encantar-se verdadeiramente com alguém, é real, existe, é possível, e que saber aproveitar a oportunidade dependerá de ambos.

             O tempo e a distância não separam duas almas que devem se encontrar ou reencontrar, mas as preparam para o momento certo, quando ambos terão vivido o que era preciso para chegarem inteiros um para o outro neste momento, saber lidar com isso, e ter maturidade para com calma, paciência, diálogo e convivência, seguirem adiante unidos pelo destino traçado em outras vidas, ou deixando para a próxima ( a hora é agora, que tal ?)



                  Você já pensou que este encontro ( ou reencontro) não foi por acaso ? Aliás, Nada é por acaso, o acaso é resultado do seu descaso, preste atenção aos sinais... sempre!

                      Talvez não seja um amor a primeira vista... mas a segunda, terceira... quem sabe quantas passagens tiveram por aqui para aprenderem a aproveitar o momento certo ? (Sim acredito na reencarnação, afinal, seria um desperdício de tempo e energia uma passagem só neste plano, perdendo no tempo e espaço tantas lições ao final da jornada)         

                      É, o encantamento real existe, talvez o momento em que ocorra possa coincidir com uma fase mais atribulada da vida, cabeça cheia, situações complicadas economicamente, e nem todos são capazes de lidar com tudo ao mesmo tempo, com racionalidade, tranquilidade e rapidez (principalmente nós homens) por isso a empatia, a identificação, o reconhecimento da alma, ou melhor desta "chama gêmea" ( aprendi a diferença com uma pessoa muito especial, explicou de maneira cristalina )   é imprescindível, mas como disse antes, cada um chega num momento, com uma velocidade, e as vezes, tantas afinidades, tanta idenficação, fica debaixo da falta de compreensão, de comunicação.

               E verdadeiramente compreendo isso, porque o encantamento pode ser tão arrebatador quanto aquele encontro de cinema, pode despertar aquela paixão que ferve os hormônios da adolescência distante,e fica aquela urgência em ter ceteza de que o outro já é nosso. E acabamos passando por cima de muitos anos de aprendizado, passamos a enxergar só o que nos interessa,e não nos damos conta, de que a pessoa objeto da paixão, do desejo, do encantamento, ainda que não tenha colocado com todas as letras, está presente em horários e dias que seriam impossíveis se estivesse enrolado(a) em outra situação, é o tempo (tão precioso) que dedicamos a alguém, e lembrem-se, nada mais precioso e capaz de demonstrar amor e respeito, do que o tempo dedicado a alguém, porque nem eu, nem você aqui lendo isso, sabemos quanto tempo teremos ainda neste plano, sempre poderá ser o último beijo, o último carinho, o último "eu te amo" no ouvido, e se não for, amanhã haverá outra oportunidade, e depois outra, mais outra, então que tal aproveitar estas oportunidades com menos regras e condições, imposições, restrições, e ouvir o "eu te amo" ou dizer o "eu te amo" no ouvido dessa pessoa que te encantou ?

              É, encantamento, parece algo bobo, de adolescente, paixonite, mas quando bate em adultos, quando chega em pessoas com vivências, experiências e "topadas" ( lições aprendidas e compreendidas)  personalíssimas, é amaturidade de saber o que deve tomar tempo na relação ou não.

             A diferença entre aproveitar 15 minutos de presença fisica com o que ambos merecem, ou dos quinze minutos usar 12 para discutir a relação, qual terá mais qualidade no final ?    

                Como diz a música... " se o amor bateu a nossa porta...que sorte a nossa".

Qual mata o encantamento ? ( eu particularmente prefiro 15 minutos de beijos do que de discussões à respeito de metas, obstáculos, diferenças... lembre-se, o tempo não para)

                 Sabe o que eu desejo aos casais que compreendem tudo isso ?

       Que dividam aquela rede gostosa, preguiçosa no final de tarde, aninhados um no outro.



         Que peguem aquela estrada tranquila, num bate e volta, com os vidros abertos, e músicas boas ( no meu caso praticamente tudo dos anos 80 ).

            Que dancem um forró juntinhos.

           Que o cafuné ocorra sem hora marcada assim como o beijo.

     Que façam dapresença do outro, o que faz qualquer lugar ser memorável.

           Que saibam que o outro é um indivíduo, e que a sua individualidade o faz ser a pessoa completa que soma com você, porque tem bagagem e não lastro, quem tem bagagem traz nela respeito, lealdade, verdade para a relação, quem tem lastro...  não.




           E por aí vai...     coisas de encantamento mesmo, e de quem sabe o que e preciso para que este seja parte do ar que a relação respira.




             Encantem-se.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

DESCARTÁVEIS POR OPÇÃO ?

    Descartáveis... será que somos todos descartáveis hoje em dia ?

    Você já parou para observar a velocidade com que as relações, seja amizade, trabalho, familiares e até amorosas se dão hoje em dia ?

     Ninguém precisa verdadeiramente conhecer ninguém, basta observar as postagens, achar que ficou bem na foto, e tudo certo, nasce uma amizade de anos em segundos, uma admiração por algo que nem se sabe se é real, ou uma paixão desenfreada, pela pessoa magneticamente perfeita que surgiu na telinha.

       Quem antes esforçava-se para uma aproximação, hoje pega todas as informações em redes sociais, com amigos de amigos, e consegue traçar o perfil da pessoa que lhe interessa, isso passa longe de ser aquilo que antigamente existia, não é mais natural, não é mais pautado na verdade, mas naquilo que foi "pescado" para facilitar a aproximação.

        E...não! Não me venham com papinho de pseudo analistas dizendo que digo tudo isso porque tenho inúmeras frustrações, até porque, quem disser que não as tem, mente descaradamente, isso torça o nariz aí, mas sabe que é real, e que antes de me xingar nos comentários, terminará a leitura para ver se me retrato ou ofendo mais até o fim.

          O mundo digital, facilidade de acesso a recursos e dados deixou mais frias as relações,e mais descartáveis  também, mais imediatistas, pois se uma pessoa não reage na velocidade desejada (esperada), já deixa de ser atrente, independente da impossibilidade de responder a mensagem ou audio ou seja lá qual for o meio escolhido para o contato, todos tem a ideia errada, infantil e egoísta, de que basta ter vontade ou querer, que é só pegar e digitar uma resposta e pronto, mas a vida real não é assim, nem sempre é possível responder prontamente, em muitos casos até por questão de educação dependendo do local onde se encontra.



        As pessoas ficaram tão imediatistas, que a ansiedade virou um mal tão disseminado quanto qualquer epidemia virulenta, e isso traz a tiracolo pânico pelo medo de não saber o que provoca a demora, e depressão, pelo medo crescente e insatisfação pela "incompreensão".

       Tudo ficou mais fácil sim, rever amigos, colegas, vizinhos, e claro, cair no 171 (estelionato sob todas as formas, principalmente emocional), tudo porque as redes sociais promoveram esse imediatismo e uma ansiedade infantil por respostas, todos viraram Wendy ou Peter Pan, e esqueceram de crescer no quesito relações, alguns até regrediram e fizeram questão de esquecer as lições de uma vida inteira.

       Compraria ações de clinicas psiquiatricas e de psicologia se estivessem no mercado...   ( só pensando alto aqui ).

         Vejo relacionamentos de anos ruindo porque a traição está na ponta dos dedos, com fones de ouvido e conversas picantes, imagens explicitas e papos eróticos na madrugada (sim porque é moderno isso), com pessoas que do outro lado pregam a normalidade disso.

           Vejo amizades que acabam, porque aqueles que pouco olham para os recados "pipocando" no celular, são considerados relapsos na amnutenção da mesma, e aí são substituidos por outros que respondem prontamente sempre, mas nao é a velocidade de resposta que determina uma amizade, um amor, mas sim a sua raiz, sua origem, e digo sem medo de errar, quando a origem é "analógica" ( olho no olho, aperto de mão) é muito mais verdaedeira do que a "digital" (só on line), mas reconheço que tenho sim amizades digitais que prezo pelo nível de educação, consciência, e maturidade, porque quem tem um certo tempo de praia nota ao conversar, seria hipocrisia negar isso.

              Se as pessoas soubessem como é simples hoje a aproximação, descobrir tudo o que a pessoa gosta, criar um "dossiê" da pessoa, e depois dizer tudo aquilo que ela quer ouvir ou que sirva de gancho para aproximar-se, e pergunto, isso é natural, como encontrar e conversar olho no olho do nada, sem a menor chance de estar diante de alguém que aproximou-se pelos seis graus de separação ( pesquise), ou acredita que todos sejam realmente uma "alma gêmea" seja lá para qual finalidade for ?

                 On line, todos são inteligentes, bonitos, bem sucedidos, dignos, defensores da moral e dos bons costumes, até eu pareço legal (e modesto), mas uma coisa é certa, eu coloco a cabeça no travesseiro e durmo bem, porque não preciso de I.A para criar meus textos e viagens escritas, ou para digitar as minhas divagações, e sei que aqueles que me conhecem pessoalmente,e muitos dos que me conhecem digitalmente podem corroborar com essa minha afirmação.

                 Me preocupo com o futuro que meus filhos enfrentam ( porque vi a transofrmação com a chegada da rede e de celulares e sua evolução ), e com o que ainda virá pela frente, pois o bandido pode estar te conquistando neste exato momento, naquele "balãozinho verde" do zap que pipocou no topo de tela, e que parece vir do principe ou da princesa encantados, da proposta sensacional de trabalho ou parceria, enfim, de alguém que fez a lição de casa para o bem ou para o mal.

                Quem cresceu já no mundo dividido entre digital e analógico, hoje prpoporcionalmente mais digital e frio, tem dificuldade em identificar quem se aproxima (especialmente se pregisa do ego massageado e se tem baixa autoestima), ou as nuances de algo que esteja acontecendo no momento, são mais "frágeis" e não sabem lidar com a presença real, e para piorar, infelizmente conheço pessoas que viveram o mesmo que eu, mas renderam-se ao mundo digital para voltar a adolescência, ou para liberar instintos que acreditam não ser problema afinal o mundo... "evoluiu",e já não e correto discriminar libertinagem disfarçada de liberdade ( até que um dia a idade pesará, e tentarão rsgatar aquilo que fizeram questao de esquecer pelo "tesão" da vida moderna, se olharão no espelho levando aquele susto, porque as marcas do tempo estarão ali "da noite para o dia", e as marcas na alma pesarão tanto quanto as pernas, as costas e a consciência, por terem trocado valores reais, por valores... digitais e dascratáveis).



              A conta chega, o tempo não pára, não volta, e resgatar aquilo que um dia foi tão verdadeiro e palpável, pode não ser mais possível, porque será algo tão raro e caro, que nem todos terão como pagar o preço, ou como provar que são merecedores de uma nova chance para o tempo que lhes resta. ( as pessoas "digitais" que pesquisam o objeto de desejo, sempre parecerão as mais perfeitas e desejáveis para os imaturos e influenciáveis, porque dirão aquilo que a pessoa deseja ouvir, afinal, tem a ficha desta em mãos, tem a "cola" para passar ao próximo nível, e quem não tem maturidade vai olhar para o lado e ver que familiares, amizade e amores não são tão atraentes por serem tradicionais, e os  descartarão como crianças que ganham brinquedos novos e deixam os velhos jogados no fundo do baú, e a pergunta que fica é; "quem será o brinquedo na mão de quem ? " E no final, serão descartados e lá no final, verão que estão no fundo do baú de alguém também )

            Papo chato não é ? Desculpem, mas as vezes ao observar o entorno e até olhando para trás, vejo que o mundo adoeceu por opção, porque hoje temos o remédio digital (placebo), e não mais o real que vem das amargas lições que a vida e o tempo trazem.

            O abraço que você recebe hoje é para ficar bem na foto ?

            O beijo que você recebe hoje é fruto da pesca digital ?

            O cafuné faz parte do roteiro estudado pré cama ?

            As palavras bonitas vem do script elaborado para conquistar ?

            O "eu te amo" vem da regra de cativar para manter ?

            O "tamu junto" é para mostrar que é amizade ?



           Não seja ingênuo(a) achando que a pessoa legal que preenche todos os requisitos, dirá que te pesquisou, estudou, ou que "cantaram" a bola à respeito de como se aproximar. (Até para imaturidade tem limite hein)

            A cerência digital com a velocidade de produzir sintomas instantâneamente, faz surgir relacionamentos perfeitos dia e noite, enjoou, cansou, desagradou, troque como troca de roupa. (cuidado porque roupa que passou em tantos corpos, vira pano de chão,e afinal, quem usa quem ? )

           É... fiquei cético, ou será que fiquei mais racional e por isso pareço tão duro, em um mundo novo de quem não quer nem ter o trabalho de mastigar ? ( mais uma da série "analogias opressoras" )

            Nos veremos por aí, por aqui, e se for analogicamente, o prazer será ainda maior.

             Abraços (analogicos).

              

              

domingo, 6 de abril de 2025

FALTA DE AMOR PRÓPRIO.

      Tema tenso não é ?

      Muito mais do que podem imaginar, e conversando com uma psicóloga que conheço, e que as vezes debate comigo meus textos, chegamos a um denominador comum (infelizmente para algumas pessoas).

        Sabe quando no meio da conversa começa aquele papo puxado para o profissional, e colocando na mesa situações que estão cada vez mais corriqueiras ? Uma delas foi o problema que as mulheres tem enfrentado para conseguirem relacionamentos duradouros ou que valham à pena, e aí um assunto puxa o outro, e o que surge é a "falta de amor próprio", que ela usou para resgatar um texto antigo meu, onde digo que amor próprio não é egoísmo.

      E um ponto em comum as mulheres que tem problemas para manter um relacionamento saudável, é o estilo de vida, que levam ou que já levaram, e que por isso podem estar marcadas internamente, ou pior, socialmente.

        Imagine uma mulher bonita, bem sucedida, independente, com uma carreira estável, mas que curtiu demais a vida, principalmente no ambiente de trabalho (engraçado como sempre cai nisso), e que passados os anos, não tem um relacionamento estável, e começa a ver "graça" em qualquer um que  elogie um pouco, qualquer um que se aproxime com mais tato, e logo termina onde terminaram tantos outros, na cama.

         Segundo essa psicóloga, uma das bases da falta de amor próprio, é a insegurança, por isso geralmente são mulheres focadas no corpo, em não perder o viço da juventude, em continuarem atraentes, sexys, precisam que os caras mexam com elas na rua, que se aproximem, precisam sempre desse tipo de validação, são pessoas que não conseguem manter um relacionamento duradouro de verdade, normalmente depois de um tempo, explodem por nada, começam a encontrar problemas onde realmente não há, e entram um uma espiral de destruição da relação, de maneira inconsciente,não o fazem porque querem fazer isso, por prazer, mas porque vem de problemas estruturais internos mesmo.


             E quando chegam neste ponto, são capazes de dizer e até fazer coisas totalmente insanas, absurdas, sem o menor receio de magoar o outro, dizem aquilo que sabem que irá ferir, colocam o outro como responsável pela tristeza que sentem, mas que confundem com revolta, e aí vem a pior parte, a imaturidade para relacionamentos, porque ser sexy,gostosa, boa de cama qualquer uma consegue ser (mas muitas precisam sentir que os outros as veem assim, apenas quem está com elas não basta) , mas entender que um relacionamento é mais do que isso, e que exige uma certa manutenção, que demanda maturidade para não contaminar a relação com bobagens e coisas negativas que só causarão dor, sofrimento, e custarão tempo, e o tempo é algo precioso na relação, sim, precioso.

           Se a pessoa não tem muito tempo para estar com a outra, que respire fundo e dê ao tempo que tem em conjunto, qualidade, leveza, é preciso saber deixar porta afora, frustrações e negatividades que não vem da relação, e que por isso, não merecem espaço ou tempo desta.

           Conversa vai, conversa vem,  e chegamos a um ponto em comum novamente, até para quem está trazendo involuntariemente suas frustrações para a relação, esse respirar fundo e fechar a porta na cara daquilo que não deve contaminar a relação, é benéfico, e começa a virar a chave que acende a luz da placa do lado de fora de tempos em tempos, onde se lê " O próximo por favor".

              É uma conduta autodestrutiva, e que com o tempo mina, elimina, destroi as chances de construir uma base para um amor maduro e duradouro.

                 Essa psicologa comentou ( sem citar nomes claro) que já pegou paciente que teve inúmeros parceiros ao longo dos anos, até morou com alguns, mas no final esfriava, e ela começava a ver que não era para ela,e logo sabotava a relação esfriando, tornando-se agressiva, agindo sem paciência e buscando defeitos no outro o tempo todo, como se quisesse motivos para não estar mais ali. E segundo ela me contou, isso é praticamente involuntário, a pessoa não percebe, e choca-se quando descobre que tudo isso é fruto da falta da amor próprio, sim, fruto da necessidade de validação porque quer para si, aquilo que imagina que os outros tenham e que seja perfeito. 

                 É essa falta de amor próprio que destroi a pessoa, que destroi familias, amizades, e até o trabalho, porque a necessidade de validação, a falta de amor próprio e a imaturidade ( maturidade independe de idade que fique claro), colocam a pessoa num ciclo vicioso, onde o que é mais fácil para sentir o ego afagado, está no sexo.



                      Muitas pacientes segundo essa conhecida, começaram a notar isso depois de muito tempo sozinhas, depois de aprenderem a viver na solitude, e a diferenciar isso de solidão, quando conseguiram sair do ciclo de sexo fácil, sexo pelo sexo, de satisfazer os desejos e sentir-se desejada, e que quando saem verdadeiramente disso, acabam ficando chocadas com o que veem olhando para trás,e infelizmente acabam vendo tanbém algo que construíram, e que é uma realidade, a fama, e isso empurra qualquer pessoa para a depressão, porque terá o choque de realidade mostrando que não era uma mulher virtuosa, desejável para casar, mas apenas para... usar.

                  Algumas ainda descobrem que aqueles caras legais, sensíveis, prestativos, comprensivos e que sabiam chegar no ponto de dizer "não se preocupe, somos adultos, fica entre nós, e não vai estragar a amizade", repassaram aos colegas, amigos e estes para amigos, e assim por diante, print de conversas, audios, e se deram azar, videos, ou até print de tela de Tinder, Badoo, e aí percebem que realmente um relacionamento sério, com alguém que realmente a veja como uma mulher e não um pedaço de carne,  e claro, as que evoluíram, que amadureceram, que conseguiram cultivar um pouco a solitude, certamente perceberam que depois do primeiro experimento na área, o assédio cresceu, o fã clube cresceu, e todos sabiam o que dizer, e como dizer, porque as dicas vieram de alguém, e quem garante que o colega de trabalho, o ex colega de faculdade, o cara do Tinder na mesma cidade, não repassou para esse cara da academia agora que te a acha maravilhosa, especial, "para casar", ou que o cara que de repente pediu para te seguir do nada e que sabe sempre o que dizer e como dizer, pode não ter o amigo em comum que ela imagina, pois talvez seja o amigo, do amigo, do amigo...  e claro, a mulher que amadureceu, sabe que nenhum deles se questionado vai admitir que "cantaram a bola", não existe mulher que tenha chegado neste ponto e que seja tão ingênua.



             E tudo isso, fruto da insegurança e da falta de amor próprio, que fica escondida debaixo de atitudes tão liberais e bizarras, que ocorrem para demonstrar independência, modernidade, mas que no fundo, são apenas recursos imaturos para lidar com o que não conseguem ver sozinhas, a insegurança e a falta de amor próprio.

                E segundo a pessoa que trabalha com isso, não ter/procurar ajuda para compreender e assimilar isso, pode jogar a  pessoa em uma depressão fatal.

                 Conversamos ainda por algumas horas, é sempre bom quando encontramos alguém que tenha uma visão profissional, e que abra ainda mais os nossos horizontes, até porque aquilo que você aprende, ninguém tira de você.



                  Pois é, amor próprio não é ser egoísta, egoísmo é não saber ser ou não ser a pessoa inteira, integra e que preserva-se que o outro merece, principalmente se é o que oferece, claro, quem procura amor no Tinder e afins, não pode realmente esperar encontrar algo...   mas uma hora cresce e pelo que notei na conversa, cresce pela dor, infelizmente.  

                 E você que leu tudo isso, conhece alguém assim ? Conhece alguém que caiu assim na vida ? 

sexta-feira, 4 de abril de 2025

NÃO SIGNIFICOU NADA... (SERÁ ?)

    É...  até eu já ouvi isso, e posso dizer, quando vem esse papo de que "não significou nada", melhor nem dizer o que penso mesmo ou que tipo de comparação faço.

    Ontem, quinta feira, 4 de abril de 2025, recebi uma mensagem de um amigo que não vejo à tempos, aliás a alguns anos, e conversa vai, conversa vem, ele comentou que havia se separado já (novidade para mim), e lembrou dos papos que rolavam em uma roda de amigos ( sim, nós homens vamos muito além do obvio,pelomenos os de verdade e não os moleques ), e disse que lendo meus textos, achou que poderia "trocar uma ideia comigo à respeito de um assunto complicado".

    Conheceu uma mulher, pouco mais nova do que ele, rolou uma identificação logo de cara, muita empatia, muitos gostos em comum, e ele como é um cara cético como eu, ficou sim mexido, mas com um pé atrás, afinal, quem chegou nos "enta" à mais de uma decada, não apressa nada, não age como adolescente apaixonado, porque sabe o quanto custa uma paixão sem maturidade, principalmente no quesito... emocional.



       Conversaram muito, ela muito madura (aparentemente) um "mulherão" nesse quesito,sabia bem o que queria, mas logo demonstrou um desejo de se declarar, de assumir algo, isso em menos de um mês de conversas, e claro, ele deveria mudar muita coisa na vida dele, adequar-se ao que ela julgava ser o certo, e tudo mais. Ele tentou levar devagar, porque ainda precisavam se conhecer mais, mas ele já estava sentindo-se em uma relação,e respeitando como tal.

             Mas ela achou que isso não era suficiente e retirou-se de cena, claro, antes quis dar uma lição de moral nele, e tudo mais, mas tudo bem, faz parte da interação entre adultos, e ele ficou chocado, afinal ela tão madura e reservada, uma mulher que não era para qualquer um, entrou em contato com ele depois de um mês aproximadamente, retomando contato, primeiro de maneira tímida, depois tentando retomar a conversa à respeito de tudo o que havia em comum entre ambos, enfim, aquela velha máxima do... "oi sumido".

           Como todo homem que já passou por isso, que teve sim suas desilusões amorosas, ele foi educado, simpático,mas não entrou muito na retomada de onde haviam parado, e foi aí que veio a confissão com tom de... "olha o prêmio que você ganhou!", bem no estilo... "na disputa você é o melhor,e olha que prêmio hein!".



                  Traduzindo... " PASSEI UNS DIAS DORMINDO COM OUTRO CARA, MAS DECIDI QUE É MELHOR FICAR COM VOCÊ... MAS LAVEI, TÁ NOVA VIU ? OLHA QUE HONRA, AGORA É A SUA VEZ!"

                Deixei bem claro isso para ele, e deixei mais claro ainda que ele foi o que sobrou, ela dizia que amava ele, mas rapidinho foi dormir uns dias com outro cara, certamente o cara não é bobo nem nada, usou e logo perdeu o interesse, e aí ela resolveu que ele poderia ser o "papa resto".

                   Desculpem o linguajar, mas já passei por isso ao menos três vezes na vida, e digo, logo cria-se uma certa aversão a esse papinho, e quando uma "mulher" age assim, no máximo ela recebe em troca muita frieza, ou melhor, menos interesse do que certamente ela gostaria, afinal, quem é desfrutável como diria a minha avó, não pode achar ruim se for tratada assim certo ? Não sou o cara mais moderninho em muitas coisas,e nisso principalmente, tenho a mente aberta para muita coisa, mas algumas atitudes estão ligadas principalmente a respeito, a não tentar fazer ninguém de trouxa.

                  Conversamos por algum tempo (na verdade cerca de 2 horas no telefone ), outra hora marcamos um café, mas fiquei pensando em quantas vezes isso ocorreu, eu já ouvi de uma pessoa que decidiu que precisava de espaço,e que não explicou que era espaço em outras camas, que mal daria para contar nos dedos das mãos, e que de repente ressurgiu, mas para mim isso não funciona, serei bem sincero, e podem até me chamar de machista, mas saiu, rodou muito e quer ser tradada como alguém que merece o respeito que tinha antes ? Ou melhor, nem se deu ao respeito, e quando vem com o papinho "todo homem faz isso o tempo todo", concordo em partes, mas para quem sabe que não precisa fazer número como eu, não conta muito, ou seja, eu não sou todo mundo,e pelo que conheço e ouvi desse conhecido, ele também não, por isso ficou chocado com o retorno.

                Uma pessoa que não se respeita, logo se expõe, logo mostra a que veio, e aí, não há encantamento que resista a verdade.

                Palavras duras, mas você mulher que leu até aqui e ficou com ódio, raiva de mim e da minha opinião, imagine-se na situação inversa.

               " Acho que não dará certo entre nós... porque você não muda como quero... " e o cara sai, dorme com uma e outra,e volta "oi sumida", e diz que transou com outra mas não era como você, e que decidiu que é você que ele quer, e que não significou nada. Seja sincera, que futuro tem uma relação assim?

                    Infelizmente não existe relacionamento perfeito, ninguém quer migalha emocional, e se não quer isso, porque aceitar sobras da carne que foi fraca ?


 

quarta-feira, 26 de março de 2025

DOIS LOBOS.

       Todos temos dentro de nós, dois lobos, dois lados, dois espiritos.

       E oferecemos aos outros aquilo que alimentam, libertam, cultivam, "cativam".

       Sempre ofereço o meu melhor, até que fique claro, que a reciproca não é verdadeira, aí passo a oferecer aquilo que a pessoa deseja, de acordo com o que oferece.

      



Qual você vai alimentar ?

         Eu procuro ser justo, e tratar todos com a mesma justiça e deferência que dispensam a mim, mas espero sempre o mesmo em troca.

          Sim, admito que sou muito reativo, combativo,rude, as vezes aspero mesmo, mas é algo meu que vem à tona quando percebo que estou abrindo mão de mim mesmo.

         Já levei muitos tombos, lidei com pessoas narcisistas, manipuladoras, e fui reduzindo a minha tolerância ao que me desagrada. Sempre agi com justiça em relação as pessoas, nunca coloquei ninguém como "não confiável até prova em contrário", então não recebo bem esse tipo de atitude em relação a mim, porque não "sacaneio", mas entendo que para quem chega agora, quem não me conhece bem, é complicado compreender isso, ainda mais se a pessoa chega com traumas e medos também, e aí a minha reação pode complicar mesmo, longe de ser algo ligado ao ego, é aquela coisa ruim que só quem sofreu uma injustiça, sabe, conhece.

         E acabo ligando o F... literalmente, claro, sei que pode ser uma relação desmedida, mas é minha e para saber só estando na minha pele.

         Podem confundir com ego inflado, egoísmo, etc...   mas na verdade, é a minha reação natural e muito honesta.

         Lido mal com imposições, "ordens", exigências que ponham em xeque a minha conduta, como se a não aceitação das regras significasse que não jogo limpo ou que estou suscetível a tentações de fazer "M" como qualquer um, e como eu sei que não sou qualquer um (até porque não me interesso por qualquer pessoa), acabo reagindo com... uma certa ferocidade admito.

        Mas, aprendo claro, as vezes me arrependo, e sigo em frente, mudar eu mudo, admito que preciso de "atualizações", mas sempre no meu ritmo, velocidade, sem ser empurrado.

       Coisa de gente das cavernas.

       É um dos efeitos colaterais da solitude, se fosse da solidão seria desespero e submissão, mas sendo efeito colateral da solitude, é aquele sentimento de autopreservação, na verdade amor próprio, e amor próprio não é egoísmo.

       Vida que segue, nada é por acaso, e a vida cuida de preparar os esbarrões, os encontros e desencontros, ou reencontros, vai que vem de outras vidas, almas, chamas gêmeas (aprendi à respeito à pouco tempo).

      E sigo pensando... "qual dos lobos estão alimentando ?" quando  a vida promove encontros e desencontros.   

     Como todo lobo que vive sem alcatéia, que vive só, que caminha só, qualquer aproximação precisa ser cuidadosa, pensada, equilibrada, que me desculpem aqueles incapazes de compreender isso, mas uma coisa eu garanto, quem alimentar o lobo certo, terá sua lealdade e defesa mais ferozes sempre.

     A solitude tem dessas coisas, ficamos mais duros, as vezes parecemos insensíveis, complicado, mas... é assumir os efeitos colaterais disso,e seguir em frente.

     Aos que cruzaram meu caminho e viram meu lado mais combativo, sem que merecessem isso, peço desculpas, aprendendo sempre.

    
   


domingo, 9 de março de 2025

GATILHOS...

   Todos nós temos gatilhos que disparam sensações boas ou ruins, e as vezes aquela "rajada"de sensações boas, ruins, estranhas, algo realmente de enlouquecer.

   Conhecí uma pessoa muito especial, interessante mesmo, e olha que para dizer isso, quem me conhece sabe como é difícil.

   Um encontro de almas e de karmas mesmo...  acho que esta seria a melhor definição.

   Mas cada um chegou com seus gatilhos, seus traumas, suas experiências boas ou ruins, e é aí que mora o problema.

  Por mais que a conversa possa fluir, ser deliciosa, por mais que surjam afinidades e semelhanças assustadoras, de ideias, pensamentos, sentimentos, os gatilhos estão ali, onde não podemos ver, mas que podem ser alcançados por uma palavra, um silêncio ou um gesto.

  Todos carregamos traumas sim, não adianta dizer que sabemos lidar com isso, que a maturidade garante, pois nem sempre é assim.

  Eu posso dizer que já vivi um relacionamento tóxico, tenho defeitos ? Vixe !

  Mas viver um relacionamento, onde você é culpado até prova em contrário, enquanto a outra pessoa é perfeita até prova em contrário (e por isso digna de imposições, falar o que pensa, não precisar medir  palavras, e poder fazer comentários cruéis , isso me deixou com gatilhos bem leves, em uma arma sem trava de segurança ).

  De repente me vejo diante de alguém que me fez resgatar um velho post meu...  



...complicado, quando é nítido que a pessoa tem seus traumas, também comeu o pão que o diabo amassou, e que criou uma redoma, um escudo, uma proteção que aplica rigidamente a si e a quem se aproxima.

  E aí vem a vida (ah... a vida) e coloca duas almas armadas, com gatilhos leves frente a frente, com semelhanças, pensamentos, ideias e sentimentos assustadoramente parecidos, mas eis que eu disparo um gatilho lá, com um gatilho que foi disparado... cá.

 Pois é, foi um tiroteio de cegos,e no escuro depois de muitas voltas ao redor de si mesmo, acho que ficamos tontos demais com a velocidade na hora de reconhecermos essa chama gêmea.

 O meu dispara quando me deparo com regras, determinações, exigências, condições para amar, para gostar, para chegar e permanecer, acho que vivi demais sob regras que eram moralmente rigidas para mim, mas cruelmente maleáveis para a outra pessoa na relação.

 Ou seja, faça o que eu mando, determino, exijo... mas não faça o que eu faço.

 Eu sou assim, e se não for assim também, não me serve ! ( Prefiro a sombra de duas pessoas caminhando juntas do que uma só de duas pessoas que não são únicas uma para a outra, mas sim uma sombra uma da outra, e sombra todos já temos )

 E sinceramente, não me arrependo de não ter dado o troco na mesma moeda, poderia ? Sim, mas eu aprendi que quem perdeu não fui eu.

 Tive mais uma ou duas situações parecidas depois mas o gatilho foi ficando mais leve, e eu nem reparava mais se aplicavam a mim o benefício da dúvida, eu mesmo não aplicava mais, já via relacionamentos como armadilhas.

 Acabei ficando mais seco, duro, mais inflexível.

 E claro, quebro a cara, porque espero da pessoa uma maleabilidade uma compreensão que as vezes nem eu mesmo entrego.

 E se do outro lado o gatilho é leve e a pessoa tem a meleabilidade de estaca de concreto que eu tenho, fica bem difícil.



  Preciso de leveza, é preciso compreender que nem tudo é problema, sacanagem, ou tem segundas ou terceiras intenções, e que os limites naturalmente serão expostos diariamente, e a confiança que foi colocada à mesa na aposta, vai sim fortalecer-se. ( pelo menos eu prefiro acreditar nisso, pois não tenho mais 20, 30 anos... e não posso ver tudo colorido e bonitinho, mas também não quero mais viver tenso por algo que deve ser bom, leve e uma lição muito gostosa a cada dia ).

  Um texto que deixa bem cristalina a minha maneira de pensar, de ser... .

  Cuidado com os seus gatilhos, porque a arma na verdade está sempre apontada para a sua cabeça, você se detona privando a pessoa da sua presença com o seu melhor.


  A maturidade vai mostrando ao longo do caminho, o que cada um pode ir deixando pelas lixeiras, assim terão espaço para colher o que vier de bom para levarem juntos.

  Desculpem, mas não dá para ser mais... cristalino (ai ai ai). 

quarta-feira, 5 de março de 2025

ENCONTROS E DESENCONTROS...

    E agora ? O quê fazer ?

    Não há maturidade, idade, ou acumulo de experiências que preparem alguém para as provas da vida.

    Quem me conhece sabe, quem realmente me conhece sabe como eu sou, como penso, conhece a minha maneira de agir. Talvez eu seja até "parado" demais para algumas pessoas, mas respeito meu ritmo, porque se há algo que a vida me ensinou, foi que intensidade e impulsividade não são sinônimos e que de maneira alguma devem andar lado a lado.

    Resgatei velhos conceitos, ideias, misturei tudo e compreendi que apesar de todo o tempo de praia, nada prepara para o desencontro antes do verdadeiro encontro.

    Afinal, apesar de extremamente racional, sou humano também.

    Quem errou ? Difícil saber, pessoas diferentes, individuos diferentes, e reações diferentes aos gatilhos negativos que cada um traz da vida, do que vivenciou.

   


  Não existe culpado ou inocente quando o assunto é o coração, quem diz que controla as emoções, mente descaradamente, quem é verdadeiro... sente.

   É claro que ficam aquelas dúvidas à respeito do real limite do outro, pois o peso que cada um dá a determinadas situações, é algo muito pessoal, e como a pessoa receberá a as suas atitudes ainda que sem maldade ou qualquer intenção nada louvável, é difícil de determinar.


   

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

E agora ? (Áquila)

 Quem já se pegou pensando assim, com aquela... "?" na cabeça, sabe o que siginifica esta pergunta. As vezes esbarramos em situações tão inusitadas, tão inesperadas e ao mesmo tempo tão marcantes, que tudo aquilo que sempre fez sentido, de repente perde a razão de ser. 

 Como lidar com sensações, sentimentos que à muito estavam adormecidos, mas que de repente ressurgem com uma força e um vigor típicos da adolescência ?

Complicado lidar com este tipo de sentimento, de constatação, e aí vem a mente o peso dos anos, e todos os problemas que enfrentamos no momento, tudo aquilo que um adolescente atropelaria ou jogaria para o alto, sem imaginar a consequência no minuto seguinte, mas que deve pesar na balança do bom senso, onde o fiel desta, deve ser a maturidade.

 E é difícil manter a maturidade neste momento, ainda mais quando determinados sentimentos representam um renascimento, uma nova chance, um verdadeiro renascer das cinzas, mas eis que a maturidade resgata também as lições aprendidas e as crenças limitantes que outras experiências trouxeram, e usaram para te marcar como um ferro em brasa.   Mas somos "individuos", e a individualidade e a maturidade de cada um nos torna únicos, apenas os imaturos refletem o caráter do bando, que é difuso e coletivo, ou seja, quem reflete o que a maioria faz, é apenas mais um, mais uma. 

E sinceramente, não desejo para mim,mais do mesmo. E você ? Nada é por acaso, já reproduzi aqui situações que chegaram até mim por relatos, e situações que vivi, e as transformei neste bate papo que sempre esperei servir de sinalização, de baliza para o caminho, mas cada um faz o seu caminho, ouvir quando alguém diz "cuidado, ali tem um buraco" diz mais sobre quem dá de ombros ao alerta, do que se imagina, mas na vida tudo é valido, e vivenciar o que é preciso faz parte, e constrói a maturidade de cada um, aprender é obrigatório, mas compreender a lição aprendida é opcional. 

 Um dia, um comentário, um elogio a um trabalho bem feito, que encanta, e começa uma conversa despretenciosa, e de repente, não mais que de repente ( e ainda nem sei como ), começa uma conversa descontraída, e que mostra-se interessante, muito interessante. Sem imaginar algo adiante, sem projetar nada, de maneira realmente despretenciosa, e senti liberdade para conversar abertamente com essa pessoa. Deste ponto em diante, houve uma aceleração absurda, já precisei reler as conversas para entender o que aconteceu até aqui, e como tudo repentinamente tomou uma proporção absurda, impensável para alguém tão cético, e seletivo como eu. Revi conversas, e me espantei com conceitos, ideias e valores se não iguais, muito parecidos, assustadoramente parecidos. 

Mas como é inerente a mim, mantenho um pé atrás, não porque essa pessoa não transmita confiança, mas porque (creio eu) a pessoa do outro lado desta situação inusitada, também traz suas ressalvas, traumas, marcas e meios de defender-se. Sim, estou só à tanto tempo, sem preocupar-me em buscar alguém, em buscar uma relação, que me assustei quando vi do outro lado, um reflexo meu, a minha versão feminina das ideias e conceitos, e lembrei de algo que sempre disse, se eu for me arriscar em uma relação, que a pessoa ofereça o mesmo que eu oferecerei, o meu melhor. 

 Situação complicada, por tempo e distância, que aos poucos vamos encurtando, trabalhando, e mapeando para que deixem de ser empecilho e tornem-se um caminho para ambos. Por enquanto, lembra muito um filme da decada de oitenta, "O feitiço de Áquila" ( com Rudger Hauer , Michelle Pfiffer e Mathew Broderick), sempre juntos mas eternamente separados, dia e noite os separam, mas... tudo tem jeito certo pessoal ?

 As vezes a melhor explicação vem de um clichê da sessão da tarde.

 E vem a incerteza de que esse alguém compreenda, que talvez não estejamos chegando a esse ponto convergente, descomplicados, sem entraves, sem obstáculos pessoais, pois tudo deve ser considerado para que na possibilidade de um futuro, não fiquem armadilhas recorrentes pelo caminho.


 Agora a navegação muda, a falta de ventos me obriga a descer para a galé e remar ( ainda que sozinho ), para vencer tempo e distância, muda a velocidade, e mudam os conceitos, tudo devido a necessidade de viver algo que parece perfeito, afinal, quem sabe ?  

 É como navegar por aí, sem rumo, e de repente encontrar um mapa em uma garrafa boiando no oceano descrevendo um paraiso, e apostar na existência deste paraiso. Afinal, de onde saiu, como surgiu, quem é ? Como pode haver tanta identificação com alguém que nunca sentou frente a frente comigo para uma conversa ? Inúmeras perguntas, diversas variáveis, mas uma certeza, nada é por acaso, e eu creio sim que nada seja por acaso, se for para ser mais uma lição, que seja recebida e vivida com maturidade de ambas as partes, e agora... ? Quais serão as cenas dos próximos capítulos ? Veremos.

 Mas que me encanta...     encanta. (e quem me conhece sabe como isso não é fácil )

segunda-feira, 29 de abril de 2024

NÃO LEVE TRAUMAS, LEVE LIÇÕES.

     Afinal, você leva traumas ou lições ?

            Sabe o que diferencia a evolução, o crescimento, da estagnação ?

            Reconhecer as lições.

            Tenho encontrado ( infelizmente ) muitas pessoas interessantes, mas     que "vivem" bloqueadas por traumas, por desilusões, situações consideradas desfavoráveis, e de repente me pego pensando, no tempo que estas pessoas perdem ao colocarem todos na mesma balança.

            Oportunidade de amizades novas, trabalhos, e claro, aquele amor que tira o fôlego.

            A vida é um risco, relacionar-se sob qualquer forma também o é !



            Sair de casa apresenta riscos, aos quais todos estamos sujeitos, e as relações também, e de repente ali, no cantinho surge uma opção, mas você dá as costas, se fecha, impõe barreiras.

            É aí que "o bicho pega".

            É aí que o tempo passa, e a oportunidade também.

            Pessoas que viveram traumas e conseguiram transformá-los em lições, não perdem mais tempo, não dão "murro em ponta de faca", simplesmente... vivem.



            E se você que tem medo de arriscar, que não conseguiu aprender a visualizar e transformar os sinais do passado em lições, acabar cruzando com alguém que aprendeu a fazê-lo, pode perder a oportunidade de viver algo bom, com uma pessoa inteira. ( e pessoas inteiras seguem em movimento positivo, para a frente, não perdem mais tempo, e isso não é egoísmo, é amor próprio )


            Afinal, o que você merece ? O quê você deseja ? O quê você espera de alguém que entre na sua vida ? (como amizade, parceria de trabalho ou amor)


           Tempo e distância não separam duas pessoas que devem se encontrar ou reencontrar, mas as preparam para o momento certo, porém, se o momento certo for desperdição, lembre-se, NADA É POR ACASO, O ACASO É RESULTADO DO SEU DESCASO, PRESTE ATENÇÃO OS SINAIS.

           Olhe para os lados, não foque apenas no futuro, olhando lá adiante e planejando, projetando, porque o que vai propiciar a chegada, é o caminho, é ele que agrega valor a chegada, e não o contrário.

           É o olhar para trás, e realmente ver o que tem de valor na vida, o que produziu, o que conquistou, você pode estar no topo já, talvez não tão alto quanto gostaria ou poderia, mas você teve sim as suas conquistas,e hoje olhando-se no espelho, voc~e consegue pensar e pesar o que deixou para trás ? Ou o que está deixando para trás ? Situações e pessoas.

          E talvez você não consiga ainda diferenciar, mas os processos de aprendizado e as pessoas tem seu peso, e se observar com mais cuidado, verá que existem pessoas que sempre estiveram alí, mesmo quando você as desprezou ou simplesmente passou o olhar sobre elas, como se não as quisesse ver,e em muitos casos, você verá que mesmo as tratando assim, estas seguem embarcadas nesse trem com você, e dependendo da situação, um dia você poderá olhar pela janela na partida, levará aquele susto, e verá que a pessoa não está mais no mesmo vagão que você, mas que desembarcou, porque encontrou aquilo que merecia e não teve.

             Aprender que a vida segue... pode ser doloroso, mas é parte da evolução.

            Não fique confortável porque hoje consegue o que quer com pouco esforço, é exatamente por isso que nenhuma conquista "fácil" se manteve.  

            Ainda não aprendeu que a projeção é a mãe da decepção ?

            Texto curto, rapido, apenas para deixar no ar a pergunta: " VOCÊ ESTÁ LEVANDO BAGAGEM OU LASTRO ?


sexta-feira, 6 de outubro de 2023

ONDE VOCÊ ESTÁ ?

    Não adianta florear ou enfeitar demais a realidade, porque ela está aí, aquí, e estamos imersos nela.

    Tempo de praia...  ou melhor, aprendendo com os erros, acertos (raros) e observando aquilo, e quem está ao meu redor.

    Já fui aquele alguém que você encontrava na balada, na festa, no agito, em todos os lugares onde a "muvuca" estivesse presente.
    E posso dizer que as chances de encontrar um certo alguém nestes lugares, é rara, pode acontecer ? Claro, mas é raro, e na esmagadora maioria dos casos que eu pude testemunhar, não foram relacionamentos que duraram muito.
   Porque na balada, na festa, no agito, em público, poucos são o seu lado mais fiel a realidade.


   Você gostaria daquele alguém, para deitar na rede com você assistindo o por do sol ? Aquele alguém que te ligasse no final de uma sexta feira convidando para uma escapada, para ir a a algum lugar para vocês dois, para que fossem inteiros e não... metades ?


  Sinto em dizer, mas este alguém não vai surgir na balada, as chances de fazer a mega sena sozinho(a) são maiores, acredite, ou... sinta na pele.

  Lembre-se ( e esta frase vai acompanhar você até o final do texto )... 
                         " PLANTAR É OPCIONAL, COLHER NÃO ".

  Sabe quando você vai aprender isso ?

  Quando chegar naquele ponto, no qual o "insight" vem de uma cena simples, de alguém ali sentado(a) na areia da praia, assistindo o por do sol, em silêncio.

   Quem veio da "balada" com você, senta ali para curar a ressaca, curtir a noite até o último minuto, mas já pensando no próximo final de noite, ou naquilo que vai "ganhar" te acompanhando até ali.
   E esse alguém estará na balada novamente em breve.

   Imagine-se ali, sentado(a) na areia, ou na varanda olhando para longe, ouvindo os ruidos e sons do seu próprio silêncio, e de repente olha para o lado e vê a mesma cena em outro alguém.

   Sabe o que é isso ?

   É o encontro de dois inteiros, de duas pessoas que viveram o que era preciso viver para chegar até ali, e valorizar o silêncio ensurdecedor de quem não precisa de palavras para mostrar a que veio.

  Percebe que são duas pessoas no mesmo ritmo, sintonia, na mesma... "vibe" ?

   Certamente são duas pessoas que não trarão o passado como lastro para pesar e deixar a relação arrastando-se, mas trarão sim... bagagem.

   Serão dois inteiros somando,evoluindo juntos, e não precisando completar-se desperdiçando energia e tempo.

    "Ah! Mas eu prefiro alguém que viva no mesmo agito que eu, que goste das mesmas coisas que eu! ".

    É exatamente sobre isso o texto, sobre ir para o agito, a muvuca, e depois querer aqueles momentos mágicos à dois, tentando "desacelerar" para poder observar algo que só quem realmente vê...   enxerga.

   Tenho visto atitudes tão equivocadas, pessoas que imaginam ser possível encontrar um certo alguém, só em determinados meios, ou se a pessoa compartilhar dos mesmos gostos, é o "moldar-se", aceitar o que vier,e depois decepcionar-se por deixar de ser a novidade local.
   
  Ah, mas a pessoa admirando o por do sol buscando outra assim, é a mesma coisa ".

  Será ?

  Se ela estava li sozinha, não precisava da aprovação do bando, da turma, de um nicho, não precisava de um carimbo social de "relacionando-se".


  Compreendeu o valor da própria companhia,e com isso não aceitava mais estar mal acompanhado(a).

  Curtir a vida adoidado, tem seu preço, criar uma história na "vibe" errada, custará caro lá na frente, porque quem amadureceu para um relacionamento, não comprará qualquer...  estória.

  Aquilo que você faz, diz, mostra...   é parte (muitas vezes negativa) de quem você é para muitos,  parte da sua história para alguns, e algo que te fez inteiro(a) para um certo alguém.

  Lembre-se, "TEMPO E DISTÂNCIA NÃO SEPARAM DUAS PESSOAS QUE MERECEM O ENCONTRO OU REENCONTRO, MAS AS PREPARAM PARA O MOMENTO CERTO".

  E quem decide o momento ? Certamente não somos nós.

  Não adianta querer criar o momento, forçar o momento, ele vem, e aí só quem aprendeu a ler o caminho revendo as lições do passado,compreende.

  Texto confuso ? Vamos simplificar então.

  Não é sobre ser parceiro de balada, churrasco, festa, ou de admirar o por do sol, não é a "atitude" mas sim a "VIBE".
 É a sintonia, de estar no mesmo momento.

  Já sei... a questão é "como saber se é o mesmo momento ?"

  A... "vibe" de não sentir falta de reviver o passado, ou manter a pegada do passado, porque seja lá o que tiver acontecido lá que merece ser revisitado reiteradamente, jamais ocorrerá de novo, pois ficou lá no passado.
 
 O tempo não pára.

 A vibe de lembrar com carinho dos bons momentos, mas não de precisar recriá-los para sentir aquela alegria.

 Lembra daquele ditado... "AMOR DE PRAIA NÃO SOBE A SERRA", ou... "AMOR DE CARNAVAL ACABA NA QUARTA FEIRE DE CINZAS" ?

 Pois é, não surgiram do nada, e como eu disse lá no começo, as chances de estarem totalmente erradas estas duas frases, é raríssima, mas quando acontece, é admirável, merece aplausos e respeito, porque foi um encontro de maturidades, independente da idade.

 E aí... vem a pergunta título do texto.

 ONDE VOCÊ ESTÁ ?

 Olhe para o lado, eu sempre olho, mais valem dois olhares de quem admirava o por do sol na própria companhia, do que o olhar entre vários olhares, trocado na balada, na muvuca, até porque lá, mal ouve-se o próprio pensar, foco naquilo que realmente merece ser visto e enxergado então...

 Onde você está ? 

 Antes de ser "apedrejado", vamos lá.

 O seu por do sol, pode estar na mesa de uma cafeteria, no balcão de uma padaria, andando pelos corredores de um shopping, caminhando na praça, ou até dentro do carro parado no semáforo... mas não na balada, sabe porquê ? 

 A tal... "VIBE".

 Se entendeu, fico feliz, se ainda não entendeu... bem, boa sorte na balada.


 
  
 
    

sábado, 6 de maio de 2023

NÃO ALIMENTE AS HIENAS...

E hoje, você não é mais tão requisitado(a). Porquê será ? É muito fácil ser popular em meio aos fúteis ou despreparados para reconhecer uma amizade, um ato abnegado, feito de boa vontade, mas... na verdade, os "malandros" reconhecem isso sim. 

  Puxe pela memória, sempre que precisaram de carona, acesso a algo ou alguém, ou então que alguém levasse para o churrasco aquilo que esqueceram, churrasco este que você não havia sido convidado e aí é o velho... " Vem pra cá... tá todo mundo aquí, e se você puder passar em tal lugar,traga isso, aquilo, depois te damos o dinheiro".

Para quem está levando numa boa, isso tudo torna-se pequeno, mas depois de um tempo, quando você começa a observar atos e atitudes, fica tudo cada vez mais claro.

 E não importa, se você esteve presente de mão estendida até nos piores momentos, quem não merecia isso, jamais reconhecerá o gesto por mais abnegado (como disse antes) que seja. Esse tipo de pessoa "entenderá" que não fez mais do que a sua "obrigação". 

 Mas obrigação meu amigo, você tem com a cartilha enquanto ela lhe serve também, aprendidas as lições, evolua, passe a próxima fase,e deixe a cartilha ali no banco para quem vier e precisar passar pelas lições que você aprendeu,e se está concordando comigo até aquí, compreendeu.


Complicado ? Ou... amargo, azedo, indigesto ? Pois é. Outro dia me peguei pensando nisso, e coloquei tudo em uma tabela mental, separando as pessoas por distanciamento.

 Quem fala comigo,e com que intervalo de tempo. Meses, anos... em alguns casos até uma decada já. Alguns relevo por saber que apesar do tempo e distância, merecem meu respeito pelo que representaram na minha história, seja porque moram fora do país, ou até mesmo em outro estado ou cidade. 

 Mas outros, que poderiam bater à minha porta a qualquer momento, e não o fazem, ou até mesmo passam reto por mim na rua, estes já vejo como as hienas no zoo, do outro lado da cerca, sorriem pra tudo, fazem barulho em suas vidas, e vivem buscando a próxima "carcaça" uma vez alimentados, sempre mostram os dentes.

 Vivem para o que os outros esperam ver.

 Uma lição que fica depois das cartilhas que a vida vai trazendo, é a da justiça, sempre retratei com justiça aqueles que em algum momento, fizeram parte da minha história, seja para o bem, ou para o mal, todos tiveram um propósito. 

 E são... passado. Como sempre vou resgatar um bordão meu de tempos atrás. 

 Campanha contra a hipocrisia, participe! " SE NÃO SOU INTERESSANTE PARA VOCÊ EM DETERMINADO CONTEXTO, FAÇA-ME UM FAVOR E CONTINUE NÃO ME ACHANDO INTERESSANTE EM CONTEXTO ALGUM, POIS ME ESFORÇAREI PARA FACILITAR A SUA TAREFA " (R.MARQUES) 

 Pegue sua borracha verde, apague tudo o que foi anotado na cartilha, pode até deixar algo mais ou menos mal apagado ( talvez sirva de sinalização a alguém, como é a ideia deste texto, aliás, de todos os meus textos ) como um aviso do tipo... cuidado com o dedinho na quina traiçoeira alí ! (vai que alguém lê e tira algo de bom, um dedinho salvo já é uma vitória, lembre-se, evoluir e compartilhar não são sinônimos, mas seguem no mesmo caminho, na mesma direção. Passou a borracha ? Agora deixe no banco e siga em frente... quem vem chegando a vida a encontrará, aprenderá com ela ? Quem sabe ? Afinal isso é opcional certo ? Se a deixar no banco à partir daqui, então já aprendeu o que era preciso para seguir em frente.

 Rogério Marques... na trilha.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

QUER NAMORAR COMIGO... ?

    Nossa, que pergunta estranha, parece em desuso, parece que ficou lá atrás, em um tempo que verdadeiramente, não volta mais.

    Parece que ficou naquele tempo de escola, quando a coragem para ir ao cinema e encontrar-se com a menina mais bonita da escola ( ao menos aos olhos do apaixonado ), era um evento que corações fracos não aguentariam.

   Era uma época de aprender na raça, sem tutorial.

    Aqueles momentos esperando em frente ao cinema, o medo de levar um "bolo", ver os pais deixando a menina e as amigas ali na calçada, e você de repente quase morrendo engasgado com aquela bala assassina (soft), brincadeira, mas que uma caixa de Mentex era devorada rapidinho na ansiedade ah... isso era.

    Sentar ao lado durante o filme era algo apoteótico, você não sabia se via o filme, se olhava para ela, se oferecia bala, se pegava na mão, se conversava (porque poderia atrapalhar o filme), eita desespero dos 12... 13 anos em uma época de uns poucos canais na tv.

    E as "brincadeiras" na casa de algum amigo, aquelas festinhas dançantes na garagem, alí na hora da música lenta, separávamos os homens dos meninos, quem teria aquela coragem equivalente a saltar na Normandia no dia D, atravessando aqueles poucos metros e convidando uma das meninas para dançar.

    Quem tinha essa coragem, ficava famoso da noite para o dia... era "o cara", no dia seguinte ao acordar teria aproximadamente 1,80m e não mais 1,20m.

   Mas se levasse um "toco" (modernizando a linguagem) tomava aquele porre de Guaraná Champagne (putz... nem tem mais isso no rótulo), que com muita sorte algum amigo teria batizado com aquele run de minigarrafinhas que pegou na coleção do pai. 

   Era uma época simples, de coisas simples, diversões simples (tá, algumas coisas eu ainda imagino que deram certo devido a sorte, aquelas peripécias que ninguém contava em casa... nunca... jamais... ), sempre tem aquele dia de pensar... "nossa, como sobrevivemos a adolescência ?

   E aí tinha a famigerada festa junina, você fugia dos caras da 8ª série para não ser pego e ficar a festa toda na cadeia, tá certo que eu, modéstia à parte era meio Steve MacQueen, e sempre escapava, ou arrumava uma encrenca, mas no final tudo dava certo.

   E passava a menina do correio elegante, aquela cesta e você alí com seus amigos esperando parar no grupinho, e claro, viajando na maionese e em todo vinho quente e quentão que conseguimos tomar escondido, todos ansiosos para ver quem receberia algo.

   Cri cri cri...     

   Tempo bom, de sair com os amigos de bicicleta pela cidade, participar dos jogos da primavera ( quando escolas de todo estado compareciam), eu ainda dava sorte porque tinha amizade com o pessoal mais velho, e acabava fazendo amizade com as meninas que desfilavam na disputa de Rainha dos Jogos da Primavera, para os outros da minha idade eu era quase um Hugh Hefner (rindo alto aquí).
                                              Eu e meu cabelo... fácil.

   E aí vem a primeira namorada, e olha...  perguntar "quer namorar comigo ?" fazia engolir seco, parecia que estava engasgando com uma bola de tênis, suava da sola dos pés a nuca!
   Por sorte, a menina na época já havia falado para uma amiga em comum que queria (meio caminho andado, só faltava chegar na beiradinha e pular), e era aquele evento, de repente você não tinha mais 13 anos... era um "veterano", entrava no roll de estudantes descolados, isso lá em 1983... 1984, era como sair na capa da revista como um dos caras mais sexys do planeta (rindo alto aquí de novo... mas era bem esse o sentimento), você passava e ouvia... "ele namora", isso era quase como ouvir... "ele é maior de idade".  

     E assim, amores iam e vinham, mas era simples, não era "pegação", e no fundo, nem ficávamos tão preocupados com isso, aqueles amigos parceiros de academia na adolescência, os bailes de carnaval (ahhhh os bailes de carnaval, com minha camisa florida, pulando na piscina no baile pré carnaval, depois fugindo dos seguranças do clube para não ser suspenso e poder pular carnaval depois... ), Baile da primavera, Baile da Arara Vermelha, Baile do Azul e Branco, Baile do Hawai... no interior o que não faltava era baile.


    Depois hora de comparecer a junta militar e alistar-se... novos amigos, irmãos (que estão espalhados mundo afora, e pelo interior... abraço Gallo), amizades que trago até hoje, forjada nos exercícios realizados alí no páteo no asfalto quente, na marcha, no calo deixado pelo fuzil apoiado na clavícula, muita risada, tempo de sangue, suor e lágrimas.

   Decada de 80... tempo bom, músicas boas, aliás...  difícil encontrar atualmente algo com aquela qualidade.

   Shows que eu fui sem preocupação alguma, mesmo com 15... 16 anos (Sting, Ultraje a Rigor, Paralamas do Sucesso, Made in Brazil, Korzus... dentre outros), lembro de um show em sampa, 1989, Parque Antarctica, show do A-ha, fui com um amigo que considero irmão (abraço Enrico), e que hoje vive na Holanda, viajamos sem pedir autorização no quartel, fomos para sampa, assistimos o show e voltamos, ainda na época minha irmã e uma amiga dela foram junto.

   E aquelas presepadas do tipo... "vamos lá que ela disse que só vai se eu levar um amigo, porque ela tem uma amiga...", que você só descobriria quem era na hora (literalmente o encontro as cegas).

  Brincávamos com pólvora quando eramos crianças(nem me perguntem, mas comprávamos numa boa e na quantidade que quiséssemos), nos bailes do clube comprávamos martinis e cerveja numa boa mesmo sendo menores de idade, eletrônica, radio amador, brigas de turma, sem turma, comer lanche de madrugada naqueles carrinhos que faziam hamburger, não havia o volume de informações que essa molecada tem hoje, e sobrevivemos à isso.

  Nossa... lembrei do meu primeiro porre.

  Eu tinha uns... 14 anos, cerveja e menta verde... já me embrulhou tudo aquí só de pensar, só sei que cheguei em casa, não coseguia abrir a porta, devia ser mais de 4 horas da manhã, final de baile, lembro que meu pai abriu a porta, olhou pra mim e perguntou... "você bebeu é ?".
  Só lembro que botei tudo pra fora... e no pé dele!
  Estava tão passado já, que entrei e fui dormir, nem ouvi o sermão... só a pergunta "o quê é isso ?", lembro de ter dito... "acho que é uma fanta quente que me fez mal...", e ele respondendo (enquanto eu ia pra cama) "Fanta? Verde? Com cheiro de menta? Tá pensando que eu não conheço?"

   Sobrevivi...  .

   Tanta coisa que ficou lá atrás e aquí... dentro.

    Meus avós, minha bisavó, tios e tias, primos e primas, minha mãe (capaz de segurar barras e broncas que fariam o Capitão Nascimento querer mudar de sexo por não ter metade da coragem e abnegação dela), meu pai...   meus irmãos.

    Engraçado como a vida chega até onde estamos, ainda que pareça que ela ficou lá atrás.

   Ela nos alcança.

    E de tempos em tempos sentimos aqueles medos e inseguranças, equivalentes a coragem que era necessária para atravessar a garagem em uns poucos passos, e perguntar... "quer dançar ?", ou então o auge da ausência de medo diante de casamatas, campo minado, arame farpado, tiro pra todo lado, olhares fuzilantes e tatear no escuro buscando o branco dos olhos para perguntar... quer namorar comigo ? 

   Outros tempos. (quem sabe ainda despejo aquí mais algumas lembranças)