segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A OUTRA FACE... E A OUTRA... E A OUTRA...

   Dar a outra face,  e de repente... a outra, e assim por diante... então fica uma dúvida. Quantas faces alguém pode apresentar, oferecer?

  Violência doméstica... não importa contra quem, seja adulto, criança, idoso... é violência, e não é justificável, não é... tolerável isso.

  Quem dá a outra face,  acoberta, e esconde-se sob a vergonha e o constrangimento, apresenta que face no dia a dia? Ser vítima não é vergonha, é uma obra do destino que cai na velha máxima que sempre reapresento à exaustão... "NADA É POR ACASO, O ACASO É RESULTADO DO SEU DESCASO, PRESTE ATENÇÃO AOS SINAIS".

  Que fique bem claro, não justifico a violência, nem tampouco a sua... "aceitação", a vítima não tem culpa, apenas não prestou atenção aos sinais, deixou-se enredar por amor, por credulidade, por querer talvez proteger filhos, família,e assim submeteu-se a esta conduta desumana de pessoas que necessitam subjugar alguém, não importa como, onde ou quando. É um crime, uma afronta... é inaceitável.

  Mas o que mais me choca e preocupa, é o número crescente de "pregadores" que até na tv ou em livros, alardeiam a fórmula para salvar o casamento, para lidar com traição, violência de toda espécie... e o pior, fica em mensagem subliminar que isso é um desígnio de Deus. Será?

  A única receita para lidar com isso, chama-se distância, punição, castigo, e tudo isso só é possível se a vítima munida de coragem e da vontade de dar um basta nisso, fizer aquilo que se espera dela...   basta denunciar.

  Todo psicopata tem uma certa atração pela submissão, por subjugar a vítima, é um meio de equilibrar suas fraquezas, suas falhas, suas deficiências, o psicopata busca e sente prazer nisso, e manter alguém sob o domínio do medo, da violência... é sua vida, sua natureza.
  Mas ninguém precisa ser vítima disso, desta... doença.

  São vários os fatores que desencadeiam a violência doméstica, além do psicológico, existe o químico... com o uso de drogas, álcool...e quem passa por isso bem o sabe, quando estes elementos entram em cena a intensidade e a violência são muito maiores, afinal eles "libertam" os devaneios e alucinações,e aquele mínimo de senso moral desaparece, em muitos casos no dia seguinte eles não acreditam nos resultados ou dizem não saber o que fizeram. Mas essa incredulidade termina na próxima dose, no próximo acesso de fúria.
  
  Se é uma realidade que você conhece, se você conhece alguém que passa por isso, lembre-se, o apoio, o suporte da família, de amigos verdadeiros é muito importante,e o mais importante é que você não queira isso para sua vida, nem tampouco aceite estas "viagens" de religiosos, e afins que pregam a outra face, a paciência,e que chegam ao cúmulo de dizer e de levar ao ar, "testemunhos(?)" de casais que superaram isso quando a vítima teve paciência, apanhou mas rezou muito, pagou seu dízimo ( com certeza) e com isso livrou-se do problema.
  Alguns chegam ao cúmulo de dizer " eu  busquei meus erros, procurei entender aonde errei para ser traído(a), para provocar essa violência". ( isso é inversão de valores de culpa é transformar a vitima em culpada pela violência)

  Simplesmente absurdo.

  E mais absurdo ainda, alguém acreditar nisso, que aguentando as surras a violência, vai conseguir superar com muita oração, e dando a outra face... bem pensando bem, quanto tempo os ossos da face levam para recalcificar? É, dependendo do intervalo entre as surras pode ser possível mesmo dar a outra face.

  Violência doméstica... violência de qualquer forma, é inaceitável, por isso sempre me questiono se somos realmente os seres racionais que pregamos.

   Denuncie...
   Apoie a vítima...
   Estenda a mão a quem não consegue sair deste... buraco.

   A sociedade e as ruas, já nos cercam com sua violência desmedida, descabida e diuturna... vamos resgatar aquilo que é nosso de direito, a paz, em nosso lar, no nosso cantinho... vamos separar o joio do trigo.

    Só para pensar.