sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

E agora ? (Áquila)

 Quem já se pegou pensando assim, com aquela... "?" na cabeça, sabe o que siginifica esta pergunta. As vezes esbarramos em situações tão inusitadas, tão inesperadas e ao mesmo tempo tão marcantes, que tudo aquilo que sempre fez sentido, de repente perde a razão de ser. 

 Como lidar com sensações, sentimentos que à muito estavam adormecidos, mas que de repente ressurgem com uma força e um vigor típicos da adolescência ?

Complicado lidar com este tipo de sentimento, de constatação, e aí vem a mente o peso dos anos, e todos os problemas que enfrentamos no momento, tudo aquilo que um adolescente atropelaria ou jogaria para o alto, sem imaginar a consequência no minuto seguinte, mas que deve pesar na balança do bom senso, onde o fiel desta, deve ser a maturidade.

 E é difícil manter a maturidade neste momento, ainda mais quando determinados sentimentos representam um renascimento, uma nova chance, um verdadeiro renascer das cinzas, mas eis que a maturidade resgata também as lições aprendidas e as crenças limitantes que outras experiências trouxeram, e usaram para te marcar como um ferro em brasa.   Mas somos "individuos", e a individualidade e a maturidade de cada um nos torna únicos, apenas os imaturos refletem o caráter do bando, que é difuso e coletivo, ou seja, quem reflete o que a maioria faz, é apenas mais um, mais uma. 

E sinceramente, não desejo para mim,mais do mesmo. E você ? Nada é por acaso, já reproduzi aqui situações que chegaram até mim por relatos, e situações que vivi, e as transformei neste bate papo que sempre esperei servir de sinalização, de baliza para o caminho, mas cada um faz o seu caminho, ouvir quando alguém diz "cuidado, ali tem um buraco" diz mais sobre quem dá de ombros ao alerta, do que se imagina, mas na vida tudo é valido, e vivenciar o que é preciso faz parte, e constrói a maturidade de cada um, aprender é obrigatório, mas compreender a lição aprendida é opcional. 

 Um dia, um comentário, um elogio a um trabalho bem feito, que encanta, e começa uma conversa despretenciosa, e de repente, não mais que de repente ( e ainda nem sei como ), começa uma conversa descontraída, e que mostra-se interessante, muito interessante. Sem imaginar algo adiante, sem projetar nada, de maneira realmente despretenciosa, e senti liberdade para conversar abertamente com essa pessoa. Deste ponto em diante, houve uma aceleração absurda, já precisei reler as conversas para entender o que aconteceu até aqui, e como tudo repentinamente tomou uma proporção absurda, impensável para alguém tão cético, e seletivo como eu. Revi conversas, e me espantei com conceitos, ideias e valores se não iguais, muito parecidos, assustadoramente parecidos. 

Mas como é inerente a mim, mantenho um pé atrás, não porque essa pessoa não transmita confiança, mas porque (creio eu) a pessoa do outro lado desta situação inusitada, também traz suas ressalvas, traumas, marcas e meios de defender-se. Sim, estou só à tanto tempo, sem preocupar-me em buscar alguém, em buscar uma relação, que me assustei quando vi do outro lado, um reflexo meu, a minha versão feminina das ideias e conceitos, e lembrei de algo que sempre disse, se eu for me arriscar em uma relação, que a pessoa ofereça o mesmo que eu oferecerei, o meu melhor. 

 Situação complicada, por tempo e distância, que aos poucos vamos encurtando, trabalhando, e mapeando para que deixem de ser empecilho e tornem-se um caminho para ambos. Por enquanto, lembra muito um filme da decada de oitenta, "O feitiço de Áquila" ( com Rudger Hauer , Michelle Pfiffer e Mathew Broderick), sempre juntos mas eternamente separados, dia e noite os separam, mas... tudo tem jeito certo pessoal ?

 As vezes a melhor explicação vem de um clichê da sessão da tarde.

 E vem a incerteza de que esse alguém compreenda, que talvez não estejamos chegando a esse ponto convergente, descomplicados, sem entraves, sem obstáculos pessoais, pois tudo deve ser considerado para que na possibilidade de um futuro, não fiquem armadilhas recorrentes pelo caminho.


 Agora a navegação muda, a falta de ventos me obriga a descer para a galé e remar ( ainda que sozinho ), para vencer tempo e distância, muda a velocidade, e mudam os conceitos, tudo devido a necessidade de viver algo que parece perfeito, afinal, quem sabe ?  

 É como navegar por aí, sem rumo, e de repente encontrar um mapa em uma garrafa boiando no oceano descrevendo um paraiso, e apostar na existência deste paraiso. Afinal, de onde saiu, como surgiu, quem é ? Como pode haver tanta identificação com alguém que nunca sentou frente a frente comigo para uma conversa ? Inúmeras perguntas, diversas variáveis, mas uma certeza, nada é por acaso, e eu creio sim que nada seja por acaso, se for para ser mais uma lição, que seja recebida e vivida com maturidade de ambas as partes, e agora... ? Quais serão as cenas dos próximos capítulos ? Veremos.

 Mas que me encanta...     encanta. (e quem me conhece sabe como isso não é fácil )