Quem já se pegou pensando assim, com aquela... "?" na cabeça, sabe o que
siginifica esta pergunta. As vezes esbarramos em situações tão inusitadas, tão
inesperadas e ao mesmo tempo tão marcantes, que tudo aquilo que sempre fez
sentido, de repente perde a razão de ser.
Como lidar com sensações, sentimentos
que à muito estavam adormecidos, mas que de repente ressurgem com uma força e um
vigor típicos da adolescência ?
Complicado lidar com este tipo de sentimento,
de constatação, e aí vem a mente o peso dos anos, e todos os problemas que
enfrentamos no momento, tudo aquilo que um adolescente atropelaria ou jogaria
para o alto, sem imaginar a consequência no minuto seguinte, mas que deve pesar na
balança do bom senso, onde o fiel desta, deve ser a maturidade.
E é difícil
manter a maturidade neste momento, ainda mais quando determinados sentimentos
representam um renascimento, uma nova chance, um verdadeiro renascer das cinzas,
mas eis que a maturidade resgata também as lições aprendidas e as crenças
limitantes que outras experiências trouxeram, e usaram para te marcar como um
ferro em brasa. Mas somos "individuos", e a individualidade e a maturidade de
cada um nos torna únicos, apenas os imaturos refletem o caráter do bando, que é
difuso e coletivo, ou seja, quem reflete o que a maioria faz, é apenas mais um,
mais uma.
E sinceramente, não desejo para mim,mais do mesmo. E você ? Nada é por
acaso, já reproduzi aqui situações que chegaram até mim por relatos, e situações
que vivi, e as transformei neste bate papo que sempre esperei servir de
sinalização, de baliza para o caminho, mas cada um faz o seu caminho, ouvir
quando alguém diz "cuidado, ali tem um buraco" diz mais sobre quem dá de
ombros ao alerta, do que se imagina, mas na vida tudo é valido, e vivenciar o
que é preciso faz parte, e constrói a maturidade de cada um, aprender é
obrigatório, mas compreender a lição aprendida é opcional.
Um dia, um
comentário, um elogio a um trabalho bem feito, que encanta, e começa uma
conversa despretenciosa, e de repente, não mais que de repente ( e ainda nem sei
como ), começa uma conversa descontraída, e que mostra-se interessante, muito
interessante. Sem imaginar algo adiante, sem projetar nada, de maneira realmente
despretenciosa, e senti liberdade para conversar abertamente com essa pessoa.
Deste ponto em diante, houve uma aceleração absurda, já precisei reler as
conversas para entender o que aconteceu até aqui, e como tudo repentinamente
tomou uma proporção absurda, impensável para alguém tão cético, e seletivo como
eu. Revi conversas, e me espantei com conceitos, ideias e valores se não iguais,
muito parecidos, assustadoramente parecidos.
Mas como é inerente a mim,
mantenho um pé atrás, não porque essa pessoa não transmita confiança, mas porque
(creio eu) a pessoa do outro lado desta situação inusitada, também traz suas
ressalvas, traumas, marcas e meios de defender-se. Sim, estou só à tanto tempo,
sem preocupar-me em buscar alguém, em buscar uma relação, que me assustei quando
vi do outro lado, um reflexo meu, a minha versão feminina das ideias e
conceitos, e lembrei de algo que sempre disse, se eu for me arriscar em uma
relação, que a pessoa ofereça o mesmo que eu oferecerei, o meu melhor.
Situação
complicada, por tempo e distância, que aos poucos vamos encurtando, trabalhando,
e mapeando para que deixem de ser empecilho e tornem-se um caminho para ambos.
Por enquanto, lembra muito um filme da decada de oitenta, "O feitiço de Áquila"
( com Rudger Hauer , Michelle Pfiffer e Mathew Broderick), sempre juntos mas
eternamente separados, dia e noite os separam, mas... tudo tem jeito certo
pessoal ?
As vezes a melhor explicação vem de um clichê da sessão da tarde.
E vem a incerteza de que esse alguém compreenda, que talvez não estejamos chegando a esse ponto convergente, descomplicados, sem entraves, sem obstáculos pessoais, pois tudo deve ser considerado para que na possibilidade de um futuro, não fiquem armadilhas recorrentes pelo caminho.
Agora a navegação muda, a falta de ventos me obriga a descer para a galé e remar
( ainda que sozinho ), para vencer tempo e distância, muda a velocidade, e mudam
os conceitos, tudo devido a necessidade de viver algo que parece perfeito,
afinal, quem sabe ?
É como navegar por aí, sem rumo, e de repente encontrar um
mapa em uma garrafa boiando no oceano descrevendo um paraiso, e apostar na
existência deste paraiso. Afinal, de onde saiu, como surgiu, quem é ? Como pode
haver tanta identificação com alguém que nunca sentou frente a frente comigo
para uma conversa ? Inúmeras perguntas, diversas variáveis, mas uma certeza,
nada é por acaso, e eu creio sim que nada seja por acaso, se for para ser mais uma
lição, que seja recebida e vivida com maturidade de ambas as partes, e agora...
? Quais serão as cenas dos próximos capítulos ? Veremos.
Mas que me encanta... encanta. (e quem me conhece sabe como isso não é fácil )
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário faz parte da evolução de todos nós, critique, brigue comigo, concorde, discorde, estou aqui para aprender...