domingo, 9 de março de 2025

GATILHOS...

   Todos nós temos gatilhos que disparam sensações boas ou ruins, e as vezes aquela "rajada"de sensações boas, ruins, estranhas, algo realmente de enlouquecer.

   Conhecí uma pessoa muito especial, interessante mesmo, e olha que para dizer isso, quem me conhece sabe como é difícil.

   Um encontro de almas e de karmas mesmo...  acho que esta seria a melhor definição.

   Mas cada um chegou com seus gatilhos, seus traumas, suas experiências boas ou ruins, e é aí que mora o problema.

  Por mais que a conversa possa fluir, ser deliciosa, por mais que surjam afinidades e semelhanças assustadoras, de ideias, pensamentos, sentimentos, os gatilhos estão ali, onde não podemos ver, mas que podem ser alcançados por uma palavra, um silêncio ou um gesto.

  Todos carregamos traumas sim, não adianta dizer que sabemos lidar com isso, que a maturidade garante, pois nem sempre é assim.

  Eu posso dizer que já vivi um relacionamento tóxico, tenho defeitos ? Vixe !

  Mas viver um relacionamento, onde você é culpado até prova em contrário, enquanto a outra pessoa é perfeita até prova em contrário (e por isso digna de imposições, falar o que pensa, não precisar medir  palavras, e poder fazer comentários cruéis , isso me deixou com gatilhos bem leves, em uma arma sem trava de segurança ).

  De repente me vejo diante de alguém que me fez resgatar um velho post meu...  



...complicado, quando é nítido que a pessoa tem seus traumas, também comeu o pão que o diabo amassou, e que criou uma redoma, um escudo, uma proteção que aplica rigidamente a si e a quem se aproxima.

  E aí vem a vida (ah... a vida) e coloca duas almas armadas, com gatilhos leves frente a frente, com semelhanças, pensamentos, ideias e sentimentos assustadoramente parecidos, mas eis que eu disparo um gatilho lá, com um gatilho que foi disparado... cá.

 Pois é, foi um tiroteio de cegos,e no escuro depois de muitas voltas ao redor de si mesmo, acho que ficamos tontos demais com a velocidade na hora de reconhecermos essa chama gêmea.

 O meu dispara quando me deparo com regras, determinações, exigências, condições para amar, para gostar, para chegar e permanecer, acho que vivi demais sob regras que eram moralmente rigidas para mim, mas cruelmente maleáveis para a outra pessoa na relação.

 Ou seja, faça o que eu mando, determino, exijo... mas não faça o que eu faço.

 Eu sou assim, e se não for assim também, não me serve ! ( Prefiro a sombra de duas pessoas caminhando juntas do que uma só de duas pessoas que não são únicas uma para a outra, mas sim uma sombra uma da outra, e sombra todos já temos )

 E sinceramente, não me arrependo de não ter dado o troco na mesma moeda, poderia ? Sim, mas eu aprendi que quem perdeu não fui eu.

 Tive mais uma ou duas situações parecidas depois mas o gatilho foi ficando mais leve, e eu nem reparava mais se aplicavam a mim o benefício da dúvida, eu mesmo não aplicava mais, já via relacionamentos como armadilhas.

 Acabei ficando mais seco, duro, mais inflexível.

 E claro, quebro a cara, porque espero da pessoa uma maleabilidade uma compreensão que as vezes nem eu mesmo entrego.

 E se do outro lado o gatilho é leve e a pessoa tem a meleabilidade de estaca de concreto que eu tenho, fica bem difícil.



  Preciso de leveza, é preciso compreender que nem tudo é problema, sacanagem, ou tem segundas ou terceiras intenções, e que os limites naturalmente serão expostos diariamente, e a confiança que foi colocada à mesa na aposta, vai sim fortalecer-se. ( pelo menos eu prefiro acreditar nisso, pois não tenho mais 20, 30 anos... e não posso ver tudo colorido e bonitinho, mas também não quero mais viver tenso por algo que deve ser bom, leve e uma lição muito gostosa a cada dia ).

  Um texto que deixa bem cristalina a minha maneira de pensar, de ser... .

  Cuidado com os seus gatilhos, porque a arma na verdade está sempre apontada para a sua cabeça, você se detona privando a pessoa da sua presença com o seu melhor.


  A maturidade vai mostrando ao longo do caminho, o que cada um pode ir deixando pelas lixeiras, assim terão espaço para colher o que vier de bom para levarem juntos.

  Desculpem, mas não dá para ser mais... cristalino (ai ai ai).