domingo, 2 de novembro de 2014

CRÔNICA DA PROJEÇÃO... O IDEAL E O REAL.

         Projeção... eu costumo dizer que a projeção, é o primeiro passo para a decepção.

         Aliás, pelo que vejo, ouço, pelo que eu mesmo já vivenciei, a "projeção" é um denominador comum aos casos de desilusão, ao popular... "quebrar a cara".

          Uma amiga minha, que conheço desde a adolescência, sentada comigo em um bar perto de onde eu morava, me contou a experiência dela com a malfadada "projeção", comentei com ela que seria um tema interessante, mas claro, sem revelar nomes, datas e lugares, o que ela achou interessante, pois como ela mesma disse... "as vezes pegamos algo para ler de maneira desinteressada,e ali surge uma solução, a luz no fim do túnel, ou simplesmente a ligação correta entre perguntas e respostas.
             Sempre originado de um olhar de fora.

             Ela... bonita, sempre bem vestida, nada pesado demais, mas sempre... algo que servia de complemento, uma mulher bonita mesmo, na acepção completa da palavra, por dentro... e por fora.

               Começou um relacionamento com um rapaz mais novo, apenas alguns anos é verdade, creio que uns  cinco ou seis no máximo, mas que aos olhos das amigas, era uma massagem no ego. ( E quem seria capaz de negar que ter o ego massageado de vez em quando não é bom? )

               Ele sentia ciúmes, afinal ela mulher feita, cabeça feita, bonita, realizada profissionalmente, e ele estudando, buscando seu espaço, isso gerava uma certa insegurança.
              Mas ela também sentia uma certa insegurança, ele rapaz novo, bonito, cheio de amigas, dizendo que gostaria de algo mais sério, mas ao mesmo tempo sempre olhando por cima do ombro para ver o que estava perdendo.
                Algo que seria difícil de não notar.
                Brigavam, vinha o rompimento, depois se reaproximavam, reatavam, novas juras de amor, e voltavam a rotina de novos desentendimentos.
                 Eis a palavra chave... "rotina".
                 Em determinado momento... ele pensando em garantir mais um "fôlego" na relação, decidiu que deveriam assumir o compromisso de maneira mais séria, mas... a mesma velha rotina cruel se reiniciava, ela projetava que "agora acredito que será diferente"... ele prometia que seria diferente... e assim seguiam até que ela parou e fez o que era de se esperar de alguém com mais experiência, com mais maturidade.

                 Ela percebeu que estava "projetando" seus sonhos em alguém que não queria mais do que aquele relacionamento ioiô.
                   Decidiu pôr um fim àquele comensalismo que mais estava para um... parasitismo, admitiu que no começo foi difícil, que fica aquela sensação de vazio... mas aí perguntei para ela;

                  - " É uma sensação de vazio porque sente falta da companhia, ou porque estava acostumada já com este tipo de relacionamento ? ".

                   Era mesmo o segundo caso.

                   O que ela fêz ?

                    Respirou e deu um fim aquilo, foi difícil mas depois quando encontrou alguém com maturidade mesmo, percebeu o tempo que perdera,e que na verdade daquela experiência ficou uma única lição e lembrança, de que ela perdeu tempo e esperou demais de quem queria menos, ela sonhou com uma situação que só era interessante para a outra parte em determinados momentos.

                   Situação complicada... mas muito comum, muitos homens tem mesmo essa... "pegada" de criar o vínculo, para a cama, os bons momentos mas não para o lado de realmente dividir com alguém, e quando chegam ao cúmulo de sugerir que a relação atinja outro nível,  é apenas um meio de  garantir que a pessoa, fique alí na "despensa" para aqueles momentos sem programa melhor.

                  Mas isso aplica-se tanto à homens quanto à mulheres... o importante é valorizar-se e mais ainda... valorizar o próprio tempo, pois este não volta, nunca com a mesma intensidade ou com muitas das oportunidades que possam ter surgido ao longo do caminho.