quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

A VIDA/DÍVIDA QUE NÃO PRESCREVE.

           E viveu a vida.


           Viveu momentos, imaginava conhecer o amor, mas no fundo não sabia qual o real significado da palavra.

            Quando nova, não via problema algum em "fazer fila", afinal, se já estava ali mesmo, porquê não ?


          Não se comprometia.


         Com o tempo, não veio a maturidade, mas uma providencial calmaria.

                 Parecia que tudo se encaixava, mas no fundo, aquela velha veia de adolescente ainda pulsava.

                  Jogou tudo para o alto, e atirou-se novamente a vida, ouvia conselhos de quem jamais deveria, espelhava-se em exemplos que não davam certo em relacionamento algum, mas não admitia.



                    Encontrou a sua zona de conforto.

                    Reconhecimento, ser cobiçada, ser objeto de desejo, sempre nas rodinhas tão... "falada".



                    Mas não atentou-se a maneira como era vista, e ao invés de cobiçada por ter valor para exclusividade, foi passada de cama em cama, e ainda que por alguns que repassavam a história ou estória, foi exposta sem saber, com provas bem documentadas tanto de conversas picantes digitadas, quanto imagens e até cenas bem gravadas sem o seu consentimento, mas que passaram de mão em mão, com as dicas de como conseguir chegar nela, e ter claro o seu momento.


                         E no espelho quando arrumava-se, caprichava, não mais por amor próprio, mas por imaginar... o que o outro veria.

                         O amor próprio morreu lá atrás, quando ao ouvir os primeiros conselhos errados, ao invés de pesar sua vida e seguir em frente, sem olhar para os lados, pensou... "será" ?

                           E o... "será" ? Tornou-se... "porquê não" ?

                            E entregou-se ao primeiro que insistiu, não sentiu culpa, mas sim aquela emoção de adolescente fazendo algo de errado, mas vendo que estava ( no momento) dando certo.

                           E na dúvida, repetiu este expediente várias vezes, até decidir que deveria abrir mão do que vivera até ali, do que construíra, para "viver".

                       Mas a vida cobra, a vida ensina, e ainda que demore para notar as lições, ou que não seja agradável reconhecê-las, elas estão alí, é como aquela caderneta da vendinha da esquina, você vai marcando, marcando, marcando, e quando percebe que ela está cheia e que pode pesar, atravessa a rua, imaginando que a vida atrás do balcão, vai esquecer de tudo aquilo que foi marcado.


                          Só que um dia, a vida, dona da vendinha, bate à sua porta, porque esse mundo é tão pequeno quanto a menor cidade, e ela sabe onde voce mora. 

                            E você ali, imaginando retomar o seu rumo, viver outra vida ( aparentemente ), pede para quem divide a casa com você, atender a porta, ou, simplesmente a pessoa atende antes de você.

                            E dá de cara com as suas contas penduradas com a vida, o quê essa pessoa verá anotado alí ?

                             Lembre-se, quem anotou...   foi você.

                             Fingir deixar aquela vida, se ainda mantém laços, conversas, ou se arruma pensando no que verão, só torna-se mais uma anotação na caderneta daquela vendinha.

                                Não entendeu a vendinha ?

                              A vida expõe nas prateleiras várias opções, quem vai pegar o que deseja é você, e como bem sabemos, nem sempre o que é mais gostoso, é saudável, que vida você deseja lá na frente ?


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O presente texto, foi realmente um presente, fruto de uma conversa de horas com alguém que não via a anos, e que rendeu tudo o que foi escrito, conversamos, e em conjunto notamos algo, que isso tudo é mais comum do que se imagina, infelizmente. Na vida não existem santos ou demônios, mas sim opções, escolhas, e claro, as contas que vem com estas.

Me vi nos olhos marejados dela quando me contou como foi quando a vida cobrou, e principalmente, como foi quando tentou resgatar por várias vezes aquilo que abandonou lá atrás, e que foi muito mais difícil reconquistar aquele momento, porque ele não volta sem marcas, cicatrizes, e sem "pé atrás", mas confessou que foi muito libertador, e que apesar de ser muito difícil, admite que nenhum esforço será pesado o suficiente, perto do que veio na conta da vida.

 Uma amiga que considero porque quando a vi entrar nesta vida, não pensei em "tirar uma casquinha", em consideração ao que ela era quando a conhecí, e por saber, por ter aprendido sob várias formas, que eu não poderia estar na prateleira das escolhas equivocadas, isso não seria justo com ela, nem tampouco comigo, pois sei bem como é.

Cada vez mais acredito que a vida é cíclica, ela resgata situações que vão testar o nosso aprendizado, a nossa evolução pelo caminho, passando pelas mesmas opções entre as prateleiras, e a vida ali observando quando nos demorarmos suspirando e pensando novamente "porquê não ?", ou olhando para o outro lado e buscando aquilo que no passado foi deixado por não ser mais... opção.

Agradeço a esta amiga, que leu o texto, viu as imagens  e me autorizou a colocar tudo isso aqui, dizendo que era algo que gostaria de reler sempre, para cada vez mais separar a vida que leva hoje, da que jamais deveria levar.

                                

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

ONDE VOCÊ ESTÁ ?

    Não adianta florear ou enfeitar demais a realidade, porque ela está aí, aquí, e estamos imersos nela.

    Tempo de praia...  ou melhor, aprendendo com os erros, acertos (raros) e observando aquilo, e quem está ao meu redor.

    Já fui aquele alguém que você encontrava na balada, na festa, no agito, em todos os lugares onde a "muvuca" estivesse presente.
    E posso dizer que as chances de encontrar um certo alguém nestes lugares, é rara, pode acontecer ? Claro, mas é raro, e na esmagadora maioria dos casos que eu pude testemunhar, não foram relacionamentos que duraram muito.
   Porque na balada, na festa, no agito, em público, poucos são o seu lado mais fiel a realidade.


   Você gostaria daquele alguém, para deitar na rede com você assistindo o por do sol ? Aquele alguém que te ligasse no final de uma sexta feira convidando para uma escapada, para ir a a algum lugar para vocês dois, para que fossem inteiros e não... metades ?


  Sinto em dizer, mas este alguém não vai surgir na balada, as chances de fazer a mega sena sozinho(a) são maiores, acredite, ou... sinta na pele.

  Lembre-se ( e esta frase vai acompanhar você até o final do texto )... 
                         " PLANTAR É OPCIONAL, COLHER NÃO ".

  Sabe quando você vai aprender isso ?

  Quando chegar naquele ponto, no qual o "insight" vem de uma cena simples, de alguém ali sentado(a) na areia da praia, assistindo o por do sol, em silêncio.

   Quem veio da "balada" com você, senta ali para curar a ressaca, curtir a noite até o último minuto, mas já pensando no próximo final de noite, ou naquilo que vai "ganhar" te acompanhando até ali.
   E esse alguém estará na balada novamente em breve.

   Imagine-se ali, sentado(a) na areia, ou na varanda olhando para longe, ouvindo os ruidos e sons do seu próprio silêncio, e de repente olha para o lado e vê a mesma cena em outro alguém.

   Sabe o que é isso ?

   É o encontro de dois inteiros, de duas pessoas que viveram o que era preciso viver para chegar até ali, e valorizar o silêncio ensurdecedor de quem não precisa de palavras para mostrar a que veio.

  Percebe que são duas pessoas no mesmo ritmo, sintonia, na mesma... "vibe" ?

   Certamente são duas pessoas que não trarão o passado como lastro para pesar e deixar a relação arrastando-se, mas trarão sim... bagagem.

   Serão dois inteiros somando,evoluindo juntos, e não precisando completar-se desperdiçando energia e tempo.

    "Ah! Mas eu prefiro alguém que viva no mesmo agito que eu, que goste das mesmas coisas que eu! ".

    É exatamente sobre isso o texto, sobre ir para o agito, a muvuca, e depois querer aqueles momentos mágicos à dois, tentando "desacelerar" para poder observar algo que só quem realmente vê...   enxerga.

   Tenho visto atitudes tão equivocadas, pessoas que imaginam ser possível encontrar um certo alguém, só em determinados meios, ou se a pessoa compartilhar dos mesmos gostos, é o "moldar-se", aceitar o que vier,e depois decepcionar-se por deixar de ser a novidade local.
   
  Ah, mas a pessoa admirando o por do sol buscando outra assim, é a mesma coisa ".

  Será ?

  Se ela estava li sozinha, não precisava da aprovação do bando, da turma, de um nicho, não precisava de um carimbo social de "relacionando-se".


  Compreendeu o valor da própria companhia,e com isso não aceitava mais estar mal acompanhado(a).

  Curtir a vida adoidado, tem seu preço, criar uma história na "vibe" errada, custará caro lá na frente, porque quem amadureceu para um relacionamento, não comprará qualquer...  estória.

  Aquilo que você faz, diz, mostra...   é parte (muitas vezes negativa) de quem você é para muitos,  parte da sua história para alguns, e algo que te fez inteiro(a) para um certo alguém.

  Lembre-se, "TEMPO E DISTÂNCIA NÃO SEPARAM DUAS PESSOAS QUE MERECEM O ENCONTRO OU REENCONTRO, MAS AS PREPARAM PARA O MOMENTO CERTO".

  E quem decide o momento ? Certamente não somos nós.

  Não adianta querer criar o momento, forçar o momento, ele vem, e aí só quem aprendeu a ler o caminho revendo as lições do passado,compreende.

  Texto confuso ? Vamos simplificar então.

  Não é sobre ser parceiro de balada, churrasco, festa, ou de admirar o por do sol, não é a "atitude" mas sim a "VIBE".
 É a sintonia, de estar no mesmo momento.

  Já sei... a questão é "como saber se é o mesmo momento ?"

  A... "vibe" de não sentir falta de reviver o passado, ou manter a pegada do passado, porque seja lá o que tiver acontecido lá que merece ser revisitado reiteradamente, jamais ocorrerá de novo, pois ficou lá no passado.
 
 O tempo não pára.

 A vibe de lembrar com carinho dos bons momentos, mas não de precisar recriá-los para sentir aquela alegria.

 Lembra daquele ditado... "AMOR DE PRAIA NÃO SOBE A SERRA", ou... "AMOR DE CARNAVAL ACABA NA QUARTA FEIRE DE CINZAS" ?

 Pois é, não surgiram do nada, e como eu disse lá no começo, as chances de estarem totalmente erradas estas duas frases, é raríssima, mas quando acontece, é admirável, merece aplausos e respeito, porque foi um encontro de maturidades, independente da idade.

 E aí... vem a pergunta título do texto.

 ONDE VOCÊ ESTÁ ?

 Olhe para o lado, eu sempre olho, mais valem dois olhares de quem admirava o por do sol na própria companhia, do que o olhar entre vários olhares, trocado na balada, na muvuca, até porque lá, mal ouve-se o próprio pensar, foco naquilo que realmente merece ser visto e enxergado então...

 Onde você está ? 

 Antes de ser "apedrejado", vamos lá.

 O seu por do sol, pode estar na mesa de uma cafeteria, no balcão de uma padaria, andando pelos corredores de um shopping, caminhando na praça, ou até dentro do carro parado no semáforo... mas não na balada, sabe porquê ? 

 A tal... "VIBE".

 Se entendeu, fico feliz, se ainda não entendeu... bem, boa sorte na balada.


 
  
 
    

sábado, 6 de maio de 2023

NÃO ALIMENTE AS HIENAS...

E hoje, você não é mais tão requisitado(a). Porquê será ? É muito fácil ser popular em meio aos fúteis ou despreparados para reconhecer uma amizade, um ato abnegado, feito de boa vontade, mas... na verdade, os "malandros" reconhecem isso sim. 

  Puxe pela memória, sempre que precisaram de carona, acesso a algo ou alguém, ou então que alguém levasse para o churrasco aquilo que esqueceram, churrasco este que você não havia sido convidado e aí é o velho... " Vem pra cá... tá todo mundo aquí, e se você puder passar em tal lugar,traga isso, aquilo, depois te damos o dinheiro".

Para quem está levando numa boa, isso tudo torna-se pequeno, mas depois de um tempo, quando você começa a observar atos e atitudes, fica tudo cada vez mais claro.

 E não importa, se você esteve presente de mão estendida até nos piores momentos, quem não merecia isso, jamais reconhecerá o gesto por mais abnegado (como disse antes) que seja. Esse tipo de pessoa "entenderá" que não fez mais do que a sua "obrigação". 

 Mas obrigação meu amigo, você tem com a cartilha enquanto ela lhe serve também, aprendidas as lições, evolua, passe a próxima fase,e deixe a cartilha ali no banco para quem vier e precisar passar pelas lições que você aprendeu,e se está concordando comigo até aquí, compreendeu.


Complicado ? Ou... amargo, azedo, indigesto ? Pois é. Outro dia me peguei pensando nisso, e coloquei tudo em uma tabela mental, separando as pessoas por distanciamento.

 Quem fala comigo,e com que intervalo de tempo. Meses, anos... em alguns casos até uma decada já. Alguns relevo por saber que apesar do tempo e distância, merecem meu respeito pelo que representaram na minha história, seja porque moram fora do país, ou até mesmo em outro estado ou cidade. 

 Mas outros, que poderiam bater à minha porta a qualquer momento, e não o fazem, ou até mesmo passam reto por mim na rua, estes já vejo como as hienas no zoo, do outro lado da cerca, sorriem pra tudo, fazem barulho em suas vidas, e vivem buscando a próxima "carcaça" uma vez alimentados, sempre mostram os dentes.

 Vivem para o que os outros esperam ver.

 Uma lição que fica depois das cartilhas que a vida vai trazendo, é a da justiça, sempre retratei com justiça aqueles que em algum momento, fizeram parte da minha história, seja para o bem, ou para o mal, todos tiveram um propósito. 

 E são... passado. Como sempre vou resgatar um bordão meu de tempos atrás. 

 Campanha contra a hipocrisia, participe! " SE NÃO SOU INTERESSANTE PARA VOCÊ EM DETERMINADO CONTEXTO, FAÇA-ME UM FAVOR E CONTINUE NÃO ME ACHANDO INTERESSANTE EM CONTEXTO ALGUM, POIS ME ESFORÇAREI PARA FACILITAR A SUA TAREFA " (R.MARQUES) 

 Pegue sua borracha verde, apague tudo o que foi anotado na cartilha, pode até deixar algo mais ou menos mal apagado ( talvez sirva de sinalização a alguém, como é a ideia deste texto, aliás, de todos os meus textos ) como um aviso do tipo... cuidado com o dedinho na quina traiçoeira alí ! (vai que alguém lê e tira algo de bom, um dedinho salvo já é uma vitória, lembre-se, evoluir e compartilhar não são sinônimos, mas seguem no mesmo caminho, na mesma direção. Passou a borracha ? Agora deixe no banco e siga em frente... quem vem chegando a vida a encontrará, aprenderá com ela ? Quem sabe ? Afinal isso é opcional certo ? Se a deixar no banco à partir daqui, então já aprendeu o que era preciso para seguir em frente.

 Rogério Marques... na trilha.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

QUER NAMORAR COMIGO... ?

    Nossa, que pergunta estranha, parece em desuso, parece que ficou lá atrás, em um tempo que verdadeiramente, não volta mais.

    Parece que ficou naquele tempo de escola, quando a coragem para ir ao cinema e encontrar-se com a menina mais bonita da escola ( ao menos aos olhos do apaixonado ), era um evento que corações fracos não aguentariam.

   Era uma época de aprender na raça, sem tutorial.

    Aqueles momentos esperando em frente ao cinema, o medo de levar um "bolo", ver os pais deixando a menina e as amigas ali na calçada, e você de repente quase morrendo engasgado com aquela bala assassina (soft), brincadeira, mas que uma caixa de Mentex era devorada rapidinho na ansiedade ah... isso era.

    Sentar ao lado durante o filme era algo apoteótico, você não sabia se via o filme, se olhava para ela, se oferecia bala, se pegava na mão, se conversava (porque poderia atrapalhar o filme), eita desespero dos 12... 13 anos em uma época de uns poucos canais na tv.

    E as "brincadeiras" na casa de algum amigo, aquelas festinhas dançantes na garagem, alí na hora da música lenta, separávamos os homens dos meninos, quem teria aquela coragem equivalente a saltar na Normandia no dia D, atravessando aqueles poucos metros e convidando uma das meninas para dançar.

    Quem tinha essa coragem, ficava famoso da noite para o dia... era "o cara", no dia seguinte ao acordar teria aproximadamente 1,80m e não mais 1,20m.

   Mas se levasse um "toco" (modernizando a linguagem) tomava aquele porre de Guaraná Champagne (putz... nem tem mais isso no rótulo), que com muita sorte algum amigo teria batizado com aquele run de minigarrafinhas que pegou na coleção do pai. 

   Era uma época simples, de coisas simples, diversões simples (tá, algumas coisas eu ainda imagino que deram certo devido a sorte, aquelas peripécias que ninguém contava em casa... nunca... jamais... ), sempre tem aquele dia de pensar... "nossa, como sobrevivemos a adolescência ?

   E aí tinha a famigerada festa junina, você fugia dos caras da 8ª série para não ser pego e ficar a festa toda na cadeia, tá certo que eu, modéstia à parte era meio Steve MacQueen, e sempre escapava, ou arrumava uma encrenca, mas no final tudo dava certo.

   E passava a menina do correio elegante, aquela cesta e você alí com seus amigos esperando parar no grupinho, e claro, viajando na maionese e em todo vinho quente e quentão que conseguimos tomar escondido, todos ansiosos para ver quem receberia algo.

   Cri cri cri...     

   Tempo bom, de sair com os amigos de bicicleta pela cidade, participar dos jogos da primavera ( quando escolas de todo estado compareciam), eu ainda dava sorte porque tinha amizade com o pessoal mais velho, e acabava fazendo amizade com as meninas que desfilavam na disputa de Rainha dos Jogos da Primavera, para os outros da minha idade eu era quase um Hugh Hefner (rindo alto aquí).
                                              Eu e meu cabelo... fácil.

   E aí vem a primeira namorada, e olha...  perguntar "quer namorar comigo ?" fazia engolir seco, parecia que estava engasgando com uma bola de tênis, suava da sola dos pés a nuca!
   Por sorte, a menina na época já havia falado para uma amiga em comum que queria (meio caminho andado, só faltava chegar na beiradinha e pular), e era aquele evento, de repente você não tinha mais 13 anos... era um "veterano", entrava no roll de estudantes descolados, isso lá em 1983... 1984, era como sair na capa da revista como um dos caras mais sexys do planeta (rindo alto aquí de novo... mas era bem esse o sentimento), você passava e ouvia... "ele namora", isso era quase como ouvir... "ele é maior de idade".  

     E assim, amores iam e vinham, mas era simples, não era "pegação", e no fundo, nem ficávamos tão preocupados com isso, aqueles amigos parceiros de academia na adolescência, os bailes de carnaval (ahhhh os bailes de carnaval, com minha camisa florida, pulando na piscina no baile pré carnaval, depois fugindo dos seguranças do clube para não ser suspenso e poder pular carnaval depois... ), Baile da primavera, Baile da Arara Vermelha, Baile do Azul e Branco, Baile do Hawai... no interior o que não faltava era baile.


    Depois hora de comparecer a junta militar e alistar-se... novos amigos, irmãos (que estão espalhados mundo afora, e pelo interior... abraço Gallo), amizades que trago até hoje, forjada nos exercícios realizados alí no páteo no asfalto quente, na marcha, no calo deixado pelo fuzil apoiado na clavícula, muita risada, tempo de sangue, suor e lágrimas.

   Decada de 80... tempo bom, músicas boas, aliás...  difícil encontrar atualmente algo com aquela qualidade.

   Shows que eu fui sem preocupação alguma, mesmo com 15... 16 anos (Sting, Ultraje a Rigor, Paralamas do Sucesso, Made in Brazil, Korzus... dentre outros), lembro de um show em sampa, 1989, Parque Antarctica, show do A-ha, fui com um amigo que considero irmão (abraço Enrico), e que hoje vive na Holanda, viajamos sem pedir autorização no quartel, fomos para sampa, assistimos o show e voltamos, ainda na época minha irmã e uma amiga dela foram junto.

   E aquelas presepadas do tipo... "vamos lá que ela disse que só vai se eu levar um amigo, porque ela tem uma amiga...", que você só descobriria quem era na hora (literalmente o encontro as cegas).

  Brincávamos com pólvora quando eramos crianças(nem me perguntem, mas comprávamos numa boa e na quantidade que quiséssemos), nos bailes do clube comprávamos martinis e cerveja numa boa mesmo sendo menores de idade, eletrônica, radio amador, brigas de turma, sem turma, comer lanche de madrugada naqueles carrinhos que faziam hamburger, não havia o volume de informações que essa molecada tem hoje, e sobrevivemos à isso.

  Nossa... lembrei do meu primeiro porre.

  Eu tinha uns... 14 anos, cerveja e menta verde... já me embrulhou tudo aquí só de pensar, só sei que cheguei em casa, não coseguia abrir a porta, devia ser mais de 4 horas da manhã, final de baile, lembro que meu pai abriu a porta, olhou pra mim e perguntou... "você bebeu é ?".
  Só lembro que botei tudo pra fora... e no pé dele!
  Estava tão passado já, que entrei e fui dormir, nem ouvi o sermão... só a pergunta "o quê é isso ?", lembro de ter dito... "acho que é uma fanta quente que me fez mal...", e ele respondendo (enquanto eu ia pra cama) "Fanta? Verde? Com cheiro de menta? Tá pensando que eu não conheço?"

   Sobrevivi...  .

   Tanta coisa que ficou lá atrás e aquí... dentro.

    Meus avós, minha bisavó, tios e tias, primos e primas, minha mãe (capaz de segurar barras e broncas que fariam o Capitão Nascimento querer mudar de sexo por não ter metade da coragem e abnegação dela), meu pai...   meus irmãos.

    Engraçado como a vida chega até onde estamos, ainda que pareça que ela ficou lá atrás.

   Ela nos alcança.

    E de tempos em tempos sentimos aqueles medos e inseguranças, equivalentes a coragem que era necessária para atravessar a garagem em uns poucos passos, e perguntar... "quer dançar ?", ou então o auge da ausência de medo diante de casamatas, campo minado, arame farpado, tiro pra todo lado, olhares fuzilantes e tatear no escuro buscando o branco dos olhos para perguntar... quer namorar comigo ? 

   Outros tempos. (quem sabe ainda despejo aquí mais algumas lembranças)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

CARTAS SOBRE A MESA...

  Quando foi que você recebeu, ou escreveu uma carta, de próprio punho pela última vez ?
  Não se lembra ? Nunca recebeu ? Já nasceu e cresceu no meio digital ?
 Ou... lembrou agora da alegria de ter em mãos uma carta endereçada a você, aquela que você esperou ansiosamente, trazendo notícias, respostas, novidades, relatando o cotidiano de quem lhe era caro.



 A carta era um acontecimento, era de uma simplicidade complexa, era um exercício de resiliência aguardar a sua chegada... ou não.

 Não é como hoje, que o e-mail, a mensagem de texto, o caminho absurdamente rápido massageia e prepara para o jogo, a depressão, a ansiedade da falta de resposta imediata.

 Já pensou em escrever uma carta para quem está aí ao seu lado ? Sim, para esta pessoa que pode estar sentanda agora no mesmo sofá que você, com os olhos literalmente grudados na tela da tevê ou do celular.

 Já que pequenos espaços hoje em dia podem significar grandes distâncias, então reduza-as voltando ao básisco, a carta.

 A carta é um carinho, é um "importar-se" de verdade, é um bem querer.

Não é brega não...  é simples, é direta, é mágica.

Escreva e envie uma carta sem dizer nada, apenas envie, ainda que seja para o seu endereço, deixe as palavras fluírem.

Tire dúvidas, questione, reafirme.

Se estiver vivendo um momento conturbado com alguém, coloque alí, na simplicidade do papel, aquilo que te incomoda.

Declare-se.



A carta tem a magia de recontar momentos sob novos olhares, à cada releitura uma descoberta, um novo entendimento.

Você a lê hoje... e compreende de uma maneira, relê novamente daquí a alguns anos e tudo parecerá diferente, porque estará vivendo um momento diferente,e porque já haverá a soma de experiências novas, e tudo muda.

A carta pode ser lá adiante, a resposta quando você se olhar no espelho, pensando... onde se perdeu.

A carta é real, ela não te deixa na mão quando falta energia elétrica, ou sinal.

Ela é palpável, e dependendo do conteúdo, é como segurar a mão de alguém enquanto lê.

Pense nisso, afinal, porquê não ?

Escreva uma carta, ainda que seja para você, questionando-se, aconselhando-se, olhando-se de fora.

Você consegue.

sábado, 16 de janeiro de 2021

EMPODERAMENTO OU RETROCESSO ?

     Retomando a escrita,e certamente já comprando uma bela briga.

  Como se isso fosse novidade para mim, principalmente falando de relacionamentos, comportamento, situações cotidianas, etc...

     Não sei, talvez eu esteja ficando velho mesmo, ou então, talvez eu esteja de olhos bem abertos e enxergando algo que os outros parecem "providencialmente" ignorar.

       Fazendo uso de uma nova rede social,( que imaginei ser algo mais light pois até a minha filha usa ) com aquelas dancinhas e tudo mais, comecei a perceber uma onda crescente de erotização sem precedentes, e uma exposição de intimidades disfarçada de modernidade ( será mesmo modernidade? ), expondo relatos de experiências sexuais, que me fizeram pensar em tudo aquilo que as mulheres dizem ter conquistado.

      Não sei se sou antiquado demais, mas eu aprendi ( e tento repassar isso sempre para os meus filhos ) que a pessoa (seja homem ou mulher) que se dá ao respeito como diria minha avó, é sim vista de outra maneira na sociedade.

      Machismo ou realismo ?

      Eu já acho determinadas letras de funk, constrangedoras, sendo homem e ouvindo como colocam a mulher na sociedade, seu papel, como eles veem a mulher. Será que o tal "empoderamento" não morre aí ?

      Vi meninas de vinte e poucos anos, gravando seus "relatos" de experiências sexuais com mais de um parceiro ao mesmo tempo, ou deixando claro que o negócio é pegação sem compromisso mesmo, que dão "aquele show" na cama, ou então, imagem em academia de alguém supostamente mostrando exercícios, mas nitidamente exibindo partes íntimas ao exercitar-se com uma calça que ao esticar fica transparente.

            E pergunto a você, mulher, que sabe o quanto custa cada conquista na sociedade, afinal, essa pessoa está passando uma imagem sexy ou vulgar ? Essa pessoa, está expondo-se em busca de mais... "likes" à qualquer custo, sem imaginar que a próxima jura de amor que receber pode ser pela sua "raba" como dizem, e não pela pessoa que ela vai tentar mostrar que realmente é quando for tarde demais ?



           Que tipos elas atrairão ? Lá adiante, quando encontrarem alguém que as veja como devem ser vistas, que as respeitem como devem ser respeitadas (são filhas, irmãs, mães de alguém ) como isso será afetado, caso essa pessoa especial para elas, de repente, encontre essas "mensagens" nem tão subliminares que ela deixou tempos atrás para o público ? ( Nem sempre os opostos se atraem, na verdade os opostos se distraem, os dispostos sim se atraem, mas para isso é preciso saber se ou outro está disposto a passar por cima de tudo, pense nisso )                            



               Sou machista ? Não, mas sempre fui mais "low profile", eu acho que se estou com uma mulher bonita, sensual, sexy, que chama a atenção pela maneira como se porta, pela personalidade que me atraiu, não vou querer que ela mude, que seja uma "carola" da noite para o dia, mas eu acho que o respeito é via de mão dupla em todos os sentidos, devemos nos respeitar, para deixar claro o limite para o outro, sempre.

                O sexy acontece entre quatro paredes, na intimidade do casal, nas provocações, cochichos no ouvido, olhares trocados... o vulgar acontece em público, propositalmente para que todos vejam, ouçam, imaginem. (Quem quer viver no imaginário de uma só pessoa, está em uma relação, quem gosta de saber que está no imaginário de várias pessoas, está em uma "pegação").

               A mulher de verdade, sabe que é bem diferente o conceito social, a maneira como a sociedade vê homens e mulheres, tem noção disso, e conquista a sociedade por saber exatamente onde está a tênue linha que separa o vulgar...   do sexy.

              Na sociedade, o "homem" que fica com várias na mesma noite, é "garanhão", a mulher que fica com vários é "galinha". Mas que tal pensar pelo lado racional disso tudo ? Vamos atropelar esses conceitos com a lógica e a razão ?

                O "garanhão" só serve para reproduzir e pagar pensão... e a mulher considerada "galinha" é o que resta ao garanhão lá na frente, serão os quarentões, cinquentões, sessentões agindo como adolescentes disfarçados de  "empoderados".

                    Ambos devem respeitar-se, tanto homens quanto mulheres.

                   Expôr desejos, situações íntimas, fazer insinuações de cunho sexual nas redes sociais para angariar seguidores, me faz deixar outra série de perguntas no ar; os fãs estão seguindo a "raba", ou as ideias ? Qual a qualidade de quem se aproxima de um jeito ou de outro ? Quantos se aproximam com pretensa "sensibilidade", para ver se é tudo isso mesmo ? É mais difícil lá na frente identificar quem se aproxima pelas razões certas como reflexo do que expõe hoje, ou tanto faz ? Será ?

                   O que tenho visto, é um show de retrocessos, para mulheres que seriam extremamente atraentes, verdadeiramente magnéticas em qualquer local apenas pela presença, pelo olhar, mas que vem à público e matam essa percepção inicial, ao contarem sorrindo suas experiências sexuais, ou mostrarem em disputa com meninas muitas vezes impúberes e inconsequentes, que conseguem ser " a raba do funk ".

                       Na vida real, à dois, quem vai ficar vivendo esse papel de sensual, sexy, ou vulgar o tempo todo ?

                         Aquela noite preparada, de surpresas, brincadeiras, é tempero, não é vida real, na vida real, você chegar na cozinha, dar de cara com ela vestindo uma camiseta surrada, um moletom daqueles de ficar em casa, cabelo preso, cara de sono... e ainda assim sorrir e pensar "é ela", não tem preço.

                             E para você mulher é a mesma coisa, o cara do tanquinho, vai deixar você literalmente no tanquinho, esfregando as cuecas dele, o que tem valor é o que vivem a dois, e quando digo vida a dois, ela ocorre mesmo em meio a multidão, porque ainda que o barulho seja intenso e a poluição visual absurda, o único foco que ambos terão, será o dispensado a quem no apagar das luzes estiver alí, dividindo cobertas e contas no final do mês.

                          A vida chega diariamente cheia de opções e decisões, é a corda bamba do lívre arbítrio, lembre-se, nada é por acaso.

                              Tudo aquilo que você diz, faz ou expõe hoje, retornará lá na frente (que pode ser amanhá ou daqui a dez anos) com o peso inversamente proporcional ao que você deu quando pensou... "porquê não", ao invés de... "eu preciso disso ?".

                               A rede social usada de maneira equivocada, faz com que o próprio indivíduo rotule-se, muitas vezes sem perceber isso


                                Nos veremos por aí, por aquí, quem sabe ?

      

sábado, 21 de novembro de 2020

A FILA ANDA ? OU A CARÊNCIA PERSISTE ?

                  A fila anda...   ou será a carência que segue em suas costas ?


  Hoje eu vou "cutucar" um assunto complicado, esse papo de "a fila anda", será que é a fila andando, ou montada em você, e te espetando com a espora ?

   Conheço pessoas que engatam um relacionamento em outro, de uma maneira tão simples que impressiona. 

      Carência, não há outro meio de classificar isso, afinal, como troca-se uma "paixão" por outra com tanta facilidade ? Sim, pois amor e paixão são bem distintos, bem diferentes.

      A paixão é aquela coisa mais de pele, hormonal, animal, aquele turbilhão hormonal, que atropela o bom senso, que faz surgir aquele minuto de egoísmo do ego afagado, e que libera a pergunta errada no momento criado por alguém que já "sacou" a carência.

         A paixão faz surgir a pergunta... "porquê não ?", ao invés de "eu preciso disso ?", e neste momento, que pode preceder algumas horas em um motel, banco de trás, ou qualquer outro lugar, deixa-se o amor próprio perder seu sentido.



            Quem age assim, impulsivamente, sempre tem desculpas para justificar o ato, as atitudes, e em nenhuma circunstância admitirá que foi egoísmo ou um erro.

                   E nesse egoísmo arraigado, enraizado, magoam pessoas próximas, magoam terceiros que talvez não conheçam os fatos, e acabam sempre envolvidos(as) em triângulos amorosos ancorados na maioria das vezes, na mentira, na popular... traição. (será que aqueles que conhecem essa veia da pessoa, a verão um dia como alguém, verdadeiramente digno de confiança ?  Ou a passarão adiante ou para trás, para quem vem na fila observando ? Basta imaginar que dificilmente um casamento acaba em favor de quem vem de fora... )

               São pessoas que levam ao extremo seu "show", a melhor paixão sempre será a próxima, e a que vier depois, e depois, e depois...   e o "capricho" na hora de satisfazer outra pessoa, sempre estará presente, sem ressalvas, sem pensar, simplesmente... sentindo. (isso é paixão, e quem não tem amor próprio verdadeiro, não tem propriedade para falar em amor)



                  É aí que surge a fila que anda, e no final dependendo das atitudes, dependendo de como e quanto se expõe esta pessoa, ela não estará fazendo a fila andar ( massageando cada vez mais seu ego), mas sim sendo "passada" pela fila.

                   E deixo para você que está lendo isso, que certamente conhece alguém que "entrega-se" assim, pessoas que agem assim, quantas estão realmente envolvidas em um relacionamento sério ? Verdadeiro ?Honesto ?

                   Raros os casos de relacionamento duradouro, pois o ego massageado, sempre deixará a porta aberta para imaginar que o próximo será melhor.

                     E eis que surgem os termos "empoderada", "independente", "emancipada", "moderna"...       sim, usualmente acompanhados da explicação moderna, de que "se homens podem satisfazer seus desejos, poquê eu não posso ?".

                        Claro que pode, mas... se é pelo desejo, pelo "tesão", ao menos saiba preservar-se, evite ser "empoderada" em seu meio social, onde trabalha, se é pelo tesão mesmo, contrate um profissional, ou mantenha uma boa distância dos seus círculos mais íntimos, pois quem vê de fora, quem vem de fora pensando na casquinha que irá tirar, vê o seu meio mais íntimo (talvez sua família) como um ambiente... liberal.



                             E certamente ninguém tem esse direito, ninguém tem o direito de agir assim, colocando mesmo em risco aqueles que deveriam lhe ser caros.

                       Sim, todo esse questionamento tem base sim, baseado em conversas, em observações, como sempre. ( e sem endereço certo, pois apesar de parecer algo tão direcionado, é infelizmente mais comum do que se imagina, por isso parece uma carapuça com endereço certo. )

    "Ah... você não tem nada com isso, a pessoa faz o que quiser da vida dela".

           Exato, mas eu tenho a liberdade também de citar, escrever e comentar à respeito de vários assuntos que são sim um tabu, mas que se causam esse tipo de comoção, podem estar mais próximos de quem critica do que se imagina.

                   A fila anda...    que conceito mais egoísta, fútil, impregnado de uma carência absurda, capaz de fazer uma pessoa se expôr ( e aquí deixo bem claro, que existem homens carentes sim, capazes de uma exposição que os leva ao patamar do ridículo, mas que na sociedade machista na qual vivemos, acaba... "passando batido") e expôr a própria família.

                  Alguns podem dizer; "como assim, se expôr ?", e digo, que existem pessoas que para demonstrar um certo "sex appeal", para sentirem que são atraentes ( especialmente mulheres carentes ), são capazes de conversas picantes pelo telefone, insinuações, brincadeiras mais calientes, e até mesmo confissões ao vivo ou on line, de suas peripécias e preferências sexuais, de maneira indiscriminada, bastando receber elogios e afins... estas não são devoradoras de homens, mulheres decididas, mas sim... as que estão alí para proveito da fila.                                                                                    Pensamento machista ? Ou... realista ?                                                                Algumas arriscam-se no próprio ambiente de trabalho, um dos erros mais crassos e absurdos, e usualmente surgem neste ambiente alguns "romances" de ocasião, e acreditando despertar tantas paixões sinceras, seguem em sua "entrega", sem foco, inebriadas pelo excesso de opções, sem imaginar que estão "passando a bola" entre eles, compartilhando informações, ou será que são realmente tão ingênuas à ponto de em determinado momento, não notarem que as aproximações são sempre... parecidas ? O pior cego, é aquele que não quer ver.

                       Pessoas tão carentes assim, dificilmente enxergam que são "usadas", e antes de torcer o nariz para o que está lendo, pense bem, quantas pessoas agindo assim, sem amor próprio verdadeiro, estão em um relacionamento pleno ? Satisfatório ? Sincero e verdadeiro ?

                          O amor próprio não existe para dizer a plenos pulmões "não está bom eu corto...", mas sim... "eu não faço experiências com a minha vida, não fico testando, não me exponho, eu pratico o... se, preservar-se, respeitar-se, cuidar-se, amar-se ".



                         Papo machista ? Ou... realista ? Cada um assume a vida que deseja levar, mas deve ter maturidade para reconhecer as consequências de suas atitudes, seus atos e opções.

                          Você conhece alguém que deveria lêr isso ?

domingo, 8 de novembro de 2020

REDE SOCIAL X PROPAGANDA ENGANOSA.

  Comprarei uma briga daquelas aquí.

  Que novidade...        !

  Observando algumas redes sociais, me deparei com situações realmente ridículas, nas quais pessoas muito bonitas, realmente diferenciadas esteticamente, ou seja, de acordo com os padrões ditatoriais de beleza da mídia, vendem uma ideia de... "encalhadas".

    Certo, caras e bocas, situações provocantes, dizendo que está a procura de namorado, que não liga para aparência, enfim, algo que não condiz com a realidade que conhecemos. Propaganda enganosa pera viver de "likes" ?

    Fora aquela disseminação de ideias equivocadas de que o... empoderamento feminino vem de agir como os "homens" agem ( entre aspas sim, pois considero moleques aqueles que separam mulheres entre as que são para casar, e as que são para usar ). Ledo engano... ou melhor, absurdo, porque é público e notório, que a sociedade é conservadora sim, é machista sim, e que mesmo as mulheres, sentem-se mais à vontade com um parceiro menos "rodado".               

    Lembre-se, curtir a vida adoidado tem suas consequências, seu preço lá adiante.

    


  Vejo mulheres dizendo que "ninguem chega nelas..." e fazendo beicinho, legal, sexy, mas se o cara que chega nelas não for visualmente bem construído, será assédio ou uma cantada válida ?

     Ou você que está lendo isso, dirá que só os homens são ligados no visual ?

      


  Se já leu meus textos anteriores, sabe que não sou machista, mas sim realista.

      Inúmeras mulheres me chamam no privado ao ler meus textos, e reclamam do "dedo podre", e posso dizer com total segurança e acertividade, que no mínimo 80% delas realmente insistiam no tal dedo podre, mas porquê ? Simplesmente porque imaginaram um biotipo, uma relação ideal de aparência, status social,  elaboraram uma fôrma,e sem prestar atenção ao que ia para a fôrma, davam um jeitinho de fazer caber. (sem intenções subliminares aquí)



     Mas o que acontece depois ? Percebe-se que aquilo que foi para a fôrma do "ideal", era bem indigesto,e aí... "dedo podre".

      Sempre me pego pensando, naqueles casais que conheço, e que "chocam" algumas pessoas porque sempre tem quem diga... "essa panela está com a tampa errada", já ouví em algumas situações sociais, duas amigas conversando e falando de uma terceira... "miga... olha o cara que ela está trocando idéia, nossa... eu não encarava... ". (Quer saber a moral da história ? Hoje essa amiga que estava conversando com o cara que elas não "encarariam", vive bem, está em um relacionamento saudável, e reconhece que saiu da insistência em determinados padrões e condutas, e reconhece que o dedo podre era opção mesmo)

     Não... nada de "mimimi", não estou dizendo que existe tipo físico certo, status social certo, mas sim que existe o "caráter" certo... e que este  independe de aparência, condição social, etc. (afinal você quer respeito, companheirismo, lealdade, apoio...  ou não ?)

    O uso de redes sociais para vender novas ideias de imagem, para buscar "likes", me deixou com uma pergunta na cabeça; " estas pessoas, com beleza incontestável (sejam homens ou mulheres), dizendo-se encalhadas, à procura de um amor, dariam espaço ao amor sincero independente daquilo que esperam ver ao lado delas, ou... seguem com a fôrma socialmente ideal ? (aquela que fica bem na foto) ".

      A diferença entre olhar e realmente...  ver.

   Lembrando que embalagens boas deixam até purgante atraente, mas ninguém encara todo dia.

      E claro... embalagem boa, deve ficar fora do alcance de crianças porquê ? Porque mesmo que ela traga um bom remédio, crianças não sabem dosar ou valorizar o conteúdo.

        Relaxem... só observações de quem tem algum tempo de praia.

         

   

   

domingo, 4 de outubro de 2020

FIDELIDADE...

       É possível reconquistar a confiança de alguém após uma traição ?
               Será que esta é a pergunta à ser feita ?

               Estranho, tem sido recorrente esse tipo de pergunta, de assunto... e confesso, não me sinto nada à vontade com isso.                                                     

                 Afinal, porquê trair tem sido lugar comum ? 

               Será que socialmente é um tipo de "modinha" ? Sinceramente não consigo compreender, não consigo ver isso como algo corriqueiro.

                 Nada... absolutamente nada justifica uma traição, justifica brincar com o sentimento do outro, com o valor da relação, e com o sentimento de todos aqueles que convivem diretamente com os envolvidos, porquê não ?

                 No final da minha adolescência, lá pelos 18...  19 anos...  eu era sim inconsequente em relação à isso, errei, pisei na bola, magoei pessoas que gostavam de mim, mas aprendí a lição.                                                        

                   Certamente você está lendo e se perguntando " afinal, porquê esse assunto agora ? ".

                       Simplesmente porque nos últimos tempos encontrei vários conhecidos (homens e mulheres) que estavam passando por isso, pessoas cujo relacionamento era visto por todos como lindo, exemplar... até flagrei sem querer, uma pessoa que deixara o marido em casa e estava aos beijos dentro de um carro com outro. A pessoa me viu, ficou extremamente perturbada, eu fingi que não havia visto, mas essa pessoa correu e me alcançou, querendo explicar o inexplicável, desbotada com o susto, mas logo recobrou a cor... eu disse " apesar de tudo, eu não tenho nada com isso, acho que deve ter resposta na consciência de cada um, mas se eu esbarrei nessa cena, a pessoa que você está enganando pode esbarrar também... se você vai abrir o jogo em casa, como vai resolver isso eu não sei, mas não me envolva nisso... ".


                        Segui meu caminho, a consciência causando um turbilhão em mim, uma discussão interior, saber o que isso causa interiormente, saber como é doloroso, tudo isso pesando, um lado gritando, " exponha essa vag...." (não vou ficar com meias palavras), e outro lado dizendo... " tudo tem sua hora, quem age assim acaba se entregando, joga tudo para o alto, certamente a pessoa que a espera em casa está sentindo mudanças, está levando patadas por nada, vendo que só falta usar traje de gala ou espartilho para ir até o supermercado... e se não estiver vendo, não adianta você falar, pois provavelmente não será visto com justiça, ainda mais se a pessoa ainda sente algo por essa mulher...".


                      Complicado me colocar no lugar do outro, sabendo o que vai passar, o que deve estar passando, tudo fica mais intenso quando sabemos verdadeiramente como funciona.

                        Essa situação me atormentou por dias, e digo mais, meses à fio, fugi de cruzar com esse casal por muito tempo, e são pessoas que eu admirava, que eu respeitava ( ele eu ainda respeito ), pais de um menino muito bacana, tem a idade do meu caçula, educado, engraçado, gente boa como o pai, e espero que não tenha puxado os traços de caráter da mãe.

                          Porquê resolvi escrever hoje à respeito ?

                          Por ter encontrado caminhando ante ontem na praça, esse meu amigo, tarde da noite, nos esbarramos na hora da caminhada evitando o calor do dia, ele comentou que estava separado, notei que chegou a ficar com os olhos marejados, respirou fundo, segurou.

                          Sentamos num dos bancos, e ele disse que ela confessou as traições, as escapadas, e disse que eu flagrei um desses momentos.

                            Me sentí o último dos seres nesse momento, por não ter avisado, mas eu disse a ele como me sentí, o tormento que foi, e perguntei; " se eu tivesse falado, chegado até você e contado tudo, e ela negasse de pé junto, como ficaria isso ? Pergunto porque eu sei e dá pra ver o tanto que você gosta dela ainda, é palpável no ar, você viveram juntos por mais de uma decada, tem um filho, claro, como todo casal tem dificuldades, diferenças, relevar isso para não jogar pro alto como ela fêz, depende de uma maturidade emocional que poucas pessoas tem...".


                            Que sensação horrível, meu amigo chorou... copiosamente, como eu mesmo já chorei um dia, como qualquer um choraria nessa situação.

                             Falei para ele, que ele não perdeu nada, que deixou de ter a vida familiar que existia antes, mas ainda tinha um filho nota 10, amigos, e que eu compreendia como essa rotina caseira fazia falta, não se determina da noite para o dia que uma vida em conjunto pode sair de cena num estalo.                                                                                                                                             Sei como é difícil aceitar que não se perdeu nada... por isso eu disse para ele; " Quem perdeu foi ela... perde quem trai, porque quem foi traído nao estava trocando chumbo como dizem, você foi fiel, porque foi fiel ao que tinham junto, ao que viveram juntos, ao filho que tiveram juntos, e por mais que existam problemas, nada pode ser maior do que isso, você nunca levantou a mão para ela, sempre esteve alí quando ela precisou, mas isso tem valor para pessoas como você, eu, enquanto que para pessoas como ela... não era nada demais, você serviu, virou rotina para ela, e ela resolveu que precisava fazer o que fêz,e com isso demonstrou que nunca foi verdadeira como você, isso é o que define quem trai... ".



                                 Quantas figurinhas repetidas nessa troca, e o pior, agora ela aparentemente está arrependida, o procura de vez em quando, ou seja, é aquela velha prática de pessoas manipuladoras, descartam, mas depois dão aquele jeitinho de manter à mão, e porquê ficar ao alcance de quem desvaloriza tanto o outro ?                                                                                                                      Deixei aflorar o lado machista quando ele comentou isso, e resolvi que ele precisava de um pequeno choque de realidade para não cair nessa "arapuca".

                          Eu disse para ele;

                           " Cara, vou dizer uma coisa para encerrar esse assunto chato aquí, mas eu gostaria que você prestasse atenção nisso, eu não tive ninguém sentando comigo e abrindo meus olhos, falando o que eu deveria ouvir, e te digo, não é por experiência adquirida em leitura ou ouvir dizer, é marca na pele, na carne mesmo. Eu não sou o dono da verdade, mas eu acredito que quando são experiências vividas, realmente vividas,merecem atenção.                                                                  Essa conversa de lavou tá novo, não existe nesse tipo de caso, se vocês fossem um casal liberal, que tudo estivesse as claras, seja lá o que fosse, seria uma coisa, mas no seu caso, não era assim, não foi assim, e por isso esse papo de lavou tá novo... não dá para deixar como gancho, porque não se lava a alma após um episódio desses, então, se quis ir, tenha certeza de que foi mesmo, mas que não volte, porque você nunca mais terá sossego, nunca mais vai vê-la chegar em casa e entrar correndo no banho, sem pensar no que estará... lavando, desculpe mas o papo deve ser reto. E digo mais, se ela está deslumbranda com outra pessoa, e que sabia da condição dela, logo ela quebra a cara, até porque, por mais que esse outro diga que não tem nada haver, ele estará apenas tirando a casquinha dele, porque para ele ou qualquer outro que venha depois, que tenha conhecido esse lado dela, sempre existirá o sentimento de que se ela jogou a família fora, é porque é tão descartável quanto...   isso é machismo ? Ou será realismo ? Cara, faça bom uso dessas cicatrizes que você está cultivando agora, elas devem ter tanto significado quanto uma tatuagem, e se, veja bem, se algum dia surgir um pedido para reconsiderar, pense que a reconquista da confiança deve ser mais difícil do que tirar uma cicatriz com água e sabão, se for possível, demora... e muito, porque essa demora é que vai mostrar se a outra pessoa realmente quer ser merecedora da sua confiança ".

                                 Acho que ficamos alí sentados em silêncio por mais uns 40 minutos, sem falar nada, até que ele agradeceu o papo, e combinamos de enterrar aquilo alí, me agradeceu por ter sido discreto, e disse que eu deveria colocar aqui o ocorrido, como sempre faço, porque talvez abra os olhos de mais alguém. ( ele sabe que muitos dos meus textos vieram de conversas assim, experiências próprias, e inúmeros desabafos e "papos cabeça" com pessoas que conseguiram olhar de fora o que viviam ).


                              Se tem algo que aprendí, foi que ninguém é perfeito, que meus defeitos por mais que pareçam imperceptíveis para mim nunca o serão para a outra pessoa, não sou magnânimo para perdoar ninguém nesse tipo de situação, compreendo que as vezes quem age como ela agiu, apega-se a palavra "delisusão", ou para ficar mais ligado aos tempos modernos...  "perdeu o encanto", e ainda que tenha motivos para isso ( se foi agredida então, apoiaria totalmente ) é uma desculpa muito "esfarrapada", é uma base muito fraca para tal atitude.                                                      Não sei, é complicado, porque nesse tipo de caso, deixar que outra pessoa se aproxime, ser outra pessoa fora de casa, viver outra vida fora de casa, ou melhor... permitir que certas situações surjam e que não gostaria de ver o outro permitindo também, demonstra mais do caráter de alguém do que qualquer outra coisa.                                                                                 No fundo, nem devo julgá-la, a vida vai, porque eu sei que ela tinha um cara muito gente boa com ela ( o marido ), ela tinha algo que poderia não ser o conto de fadas que desejava, ou a vida que as "amigas" diziam ter, mas que era verdadeiro.                                                                                          Quem joga isso fora, dificilmente encontra outra relação na qual se encaixe, se o cara legal não servia, certamente só vai esbarrar em tipos como o que estava com ela quando era casada, ou seja, ele vale tanto quanto ela naquele momento.                                                                                          E não importa, quantas pessoas tragam "noticias" da vida de quem quis sair da sua vida, não importa que caiam em suas mãos fatos que possam denegrir mais essa pessoa, pois se eles existem, essa pessoa está destruíndo-se aos poucos, não precisa da sua ajuda.                                                Na verdade se você está passando ou passou por isso, ajude a pessoa que você vê quando se olha no espelho pela manhã, é essa pessoa que merece cuidado, e se essa pessoa se ama do jeito certo, vai encontrar alguém que a ame do jeito certo também.





                              

                           

                

 

       

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

AQUELES OLHOS...

   Existem pessoas que são realmente magnéticas.
   Prendem a nossa atenção.

   Quem nunca se deparou com... "aqueles olhos".

   Aqueles cantados em verso e prosa, do azul do mar...  ou daquele olhar que quando encontra o meu, fala de umas coisa que não posso acreditar...  .

   Amendoados, cor de mel, castanhos, verdes, azuis... mas aqueles olhos.

   Quem vai dizer que nunca encantou-se com um belo par de olhos ?

   Não é apenas a cor, mas o que eles passam, a verdade que recitam, e a alma que expoem.

   É o espiar pelo vidro, tentando compreender o conteúdo.

   Ah... aqueles olhos.

   Olhos sem nome, sem dia e sem hora, guardados na memória, alí escondidinhos para não chamar mais atenção do que já chamam, olhar que enciúma, que deixa aquela pulguinha chata atrás da orelha, olhos que hipnotizam, e que arrancam suspiros por onde passam.


    Podem estar alí na porta ao lado, ou na próxima porta, após hora e meia de carro... não importa.

    Existem pessoas que fazem valer à pena a pipoca na praça, que transformam em gourmet, até a pipoca mais em graça... literalmente.

      Afinal quem nunca ?

      E você, que olhos te encantam ? Que vidraças da alma te deixam com aquele "?" na cabeça ?

      Quando você sente a estrutura balançar, sabe e não pode negar... fruto daquele encontro de olhares, que em meio a multidão e os perdidos aos milhares, por um instante conectou-se a você.
      E se de longe balança, imagine de perto, podendo até sussurar, deixando o mundo à volta... deserto.

      Que olhos te encantam ?