Só uma crônica da vida como ela é ,como diria Nelson Rodrigues.
ENCONTRO A TRÊS.
Tudo certo... tudo combinado, barba feita, tudo no lugar, checar mais uma vez o roteiro e sair para um jantar e quem sabe, algo mais com aquela pessoa especial.
Abrir a porta do carro... aquela mesa para dois no cantinho mais romântico do restaurante,e pronto, ela surge com o "terceiro elemento" para atormentar e ocupar espaço a mesa.
O celular.
Você começa a entabular uma conversa agradável e...
- "Me dá um minuto? É minha amiga me contando uma coisinha, mas vai falando que eu estou prestando atenção enquanto digito tá?"
Ah claro, e nem o olhar sexy para me convencer funciona.
Pronto novidade relatada, acredito que a noite voltará ao normal.
E aquela coisa vibra sobre a mesa... de novo.
-"Ai é meu amigo está super mal, mas vai falando que eu estou digitando mas estou prestando atenção"
Se eu dissesse... "olha tem uma barata em você!" ela daria mais um sorrisinho e diria "continue que eu digito mas presto atenção tá?".
Bem, depois de quase dois "giga" de mensagens enviadas, ainda tem algumas atualizações do face, olha para o telefone sorri (como eu esperava que sorrisse para mim), digita... olha de novo, faz um "selfie" pegando o restaurante de fundo, deixa o "check in" registrado, verifica o instagran, mais um sorriso, morde os lábios... enfim, fiquei segurando vela, e virtual o que é pior.
Deixo a mesa, e sigo em direção ao banheiro... no caminho paro olho para o caixa e penso... "porque não?".
Vou até lá, pago a agua que bebi, e digo que a "turma" na mesa da moça bonita vai pagar a diferença.
Ela certamente me deletou, bloqueou, e excluiu de sua vida virtual, e eu pensando e agindo como um ser humano de verdade, tratei de excluí-la na vida real mesmo, pizza da geladeira, e o meu "book" de cabeceira... não, não é um notebook, é um livro de verdade, com páginas de papel e aquele cheiro gostoso das folhas, o tato, as letras impressas e a sensação de voltar no tempo, no tempo dos vizinhos da calçada, no tempo em que era possível um jantar romântico a dois.
É, são as facilidades do mundo moderno, a globalização dos abismos e da solidão em meio à multidão.
Incrível como pensamos parecido, será q somos almas gêmeas ??? ai, ai, ai
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