Quem tem filhos sabe, e quem foi criança em uma época de brincadeiras saudáveis o sabe melhor ainda, não temos mais crianças, e sim mini adultos, presos em sua limitação pela idade , mas libertos para o mundo pela carga de informação nem sempre correta que é despejada por todos os meios sobre estes pequenos.
Subir em arvores, comer goiaba no pé (quando digo no pé, quero dizer sob ou sobre a goiabeira, afinal muitos mais novos nem sabem o que é isso), andar descalço na terra, nadar, correr, brincar... sempre de imaginação solta, mas brincar como crianças, não como mini adultos.
Os jogos de computador e video games trazem uma carga de informação e banalização da violência, que pode sim confundir os mais novos, muitos podem achar que até mesmo a menor violência é um tipo de brincadeira, basta ver jogos que incentivam o bulling, roubo de carros, tiroteios, fases do jogo onde tem que agir como "cafetão", enfim toda uma sorte de tipos condenáveis mas que tornam-se heróis. A faixa etária à qual se destinam estes jogos deveria ser mais vigiada pelos pais, determinados tipos de jogos são verdadeiros deturpadores da realidade para menores, mas o que fazer diante de tal realidade?
É muito dificil, aliás, praticamente impossível fiscalizar, então a boa e velha conversa, os programas de familia e atividades semelhantes podem amenizar isso, quem sabe? Afinal quem tem filhos sabe que todas as tentativas são validas, assim como achamos que nossos pais erraram em algum ponto em relação a nós, adultos e pais de hoje, nossos filhos também terão esta percepção em relação à maneira como os criamos, somos pais temos que errar mas com uma grande margem de segurança, tentar, errar e aprender... mas sempre com eles.
Nas ruas e shoppings, meninas recém chegadas a puberdade andam maquiadas como adultos, vestidas como adultos, meninos fumam e bebem, onde estão os pais destas crianças? As ruas estão parecendo um desfile de modas e modismos de crianças que fingem ter atingido uma maturidade que ainda está longe de chegar, e a maturidade destes pais? Onde está?
Meninas de pouco mas de quinze anos "namorando" homens mais velhos, queimando etapas de sua fase de crescimento e de descobertas, e os meninos então? Buscando impor sua imagem muitas vêzes através de atos de violência.
Em breve teremos brinquedos novos, mais "lúdicos" como a "Barbie Divórcio" onde a boneca fica com metade do carrinho, da casinha... e aí? Fora o "Playmobil Cadeia de Segurança Máxima" talvez para acostumar os jovens de hoje a uma possível realidade amanhã, quem sabe? Sem controle e acompanhamento dos pais... como será o futuro de nossas crianças?
Malucos, molestadores, assassinos... todos estes sabem que as crianças que fingem ser adultos, estão aí, as soltas nas ruas esperando pela abordagem, e aqui vai um lembrete para os que insistem no bordão "confio na educação que dei ao meu filho", estes indivíduos, estes párias também confiam e contam com isso, com esta confiança nas crianças que são mini adultos.
Pais responsáveis sabem, que não tem o direito de errar em relação a segurança, e nem o direito de dormir antes de ver todos em casa, é uma das responsabilidades que vem com a maternidade/paternidade e que nos faz aos poucos entender nossos pais e seus erros, pequemos pelo excesso para não chorarmos depois pela falta.
Criança tem que conviver com criança, tem que brincar, correr, ser feliz de acordo com as suas possibilidades, não tentando ser um pequeno adulto que admira uma ficção que nunca vai prepará-lo para a vida real, este é um papel dos pais, não da midia, dos amigos... não entender isso é o maior erro.
Vamos buscar as crianças dentro dos mini adultos... nunca é tarde para ensinar, nem cedo demais para começar.
Afinal ninguém morreu de comer bicho de goiaba, pisar na terra... eu pelo menos ainda estou aqui.
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